O que passa na minha cabeça

Toda mulher, desde que se entende como gente, vive dilemas. Algumas encaram esse dilema eterno com amargura, tristeza, depressão... Outras, com bom humor. E encarar a vida com bom humor é um santo remédio pra rugas! Aqui vou escrevendo as coisas que vou vendo por aí, conto algumas experiências minhas, experiências de minhas amigas, amigos... Claro, sempre preservando a intimidade, algumas coisas que conto não aconteceram bem assim, mas poderiam ser... Enfim, realidade e ficção... São duas possibilidades e ai tem mais um dilema: A vida imita a arte ou vice versa?
Como escrevo numa paulada só, ou seja, sento , escrevo e publico, as vezes engulo uma letra, repito uma palavra. Acabo não fazendo correção do texto por medo de perder a espontaneidade. Então, perdoem meus pequenos errinhos, podem até me mandar um comentário mostrando. Espero que todos se divirtam aqui.

domingo, 27 de julho de 2014

Um história capilar.


Minha cabeça ficou cheia... literalmente! Cheia de pensamentos e principalmente, de cabelos.
Vou contar a história da minha vida através dos tempos e dos cabelos.
Pelas minhas poucas fotos, fui um bebê bem careca, conforme o tempo foi passando, fui ficando cada vez mais cabeluda, tanto que apesar da minha idade, tenho cabelo até no pescoço!
Fui criança nos anos 70, então cabelo comprido virou minha referência. Lembro de caminhar com a minha mãe pela rua, de mãos dadas, a caminho de casa depois da escola e do outro lado da rua, uma moça com um cabelo lindo, longo e esvoaçante passando; achei a coisa mais linda, tanto que costumava  colocar um pano na cabeça, brincando que eu era aquela moça... Como eu era criança, não podia ter cabelo comprido, claro, porque dava trabalho, eu tinha aquele cabelo tigelinha. Quando peguei piolho - naquela época muita gente tinha piolho, não tinha os remédios de hoje - a primeira coisa que fizeram foi cortar meu cabelo `joãozinho`... baita injustiça, já não bastava estar piolhenta, ainda tinham que cortar meu cabelo curtinho? E a gozação? Afinal todo mundo sabia porque se cortava o cabelo curtinho... nesses dias, nem queria sair de casa. Pior sorte tinham os meninos; eles passavam máquina zero! Para mim, cabelo comprido virou uma meta, cabelo comprido tinha um status, uma aura de realeza... Cabelo comprido significava que você não tinha piolho! E como me esforcei... às vezes passava a madrugada passando pente fino e as fórmulas mais malucas na cabeça, pra me livrar dos bichinhos insistentes, passados a mim, através dos meus queridos irmãos caçulas...
Passada essa fase, meu cabelo sempre foi compridão! E liso. Hoje parece ser perfeito, na era das chapinhas e escovas obsessivas, mas do final dos 70, começo dos 80, a moda era cabelo crespo! Acreditem, era... meu sonho era fazer permanente (felizmente, isso nunca aconteceu!), já que não podia, fazia papelote, rolinho e a maioria das noites, dormia feito uma neguinha maluca, pra durar no máximo umas 2 horas e depois passar o resto dia parecendo um leão despenteado.
Os anos 80 foram engraçados; cabelos repicados, jogados, despontados, frisados (a gente fazia trancinha e depois soltava!), cabelos da Tina Turner, muita criatividade... Claro que o meu nunca dava certo nada, era liso e pesado demais, mas eu gostava de cabelo chanel, bem bicudão, ficava legal com ombreiras!
E tempo foi passando e o cabelo cresceu, cortei, cresceu, cortei, cresceu, cortei...
Mas se dependesse de mim, cabeleireiro morreria de fome, nunca fui assídua frequentadora dos salões, só vou mesmo pra cortar, de vez em nunca uma escova numa ocasião especial, eu sempre gostei de naturalidade, talvez por conta das desastrosas experiências do passado, resolvi ser mais natural possível. Com o tempo, tive que aprender a lutar com bravura contra aqueles malditos que tentam dia a dia  acabar com alegria da juventude, diminuindo pouco a pouco a minha auto estima e confiança, minando minhas esperanças da juventude, matando tudo que um dia já foi belo e vigoroso, mas não me vencerão, lutarei até o dia da minha morte, um guerreiro não se entrega... malditos cabelos brancos! Aprendi a usar a arte do ilusionismo, tonalizante. Mas sempre de forma natural.
E minha jornada capilar chegou até esse momento: cabelão no meio das costas. Olhar todo dia e ficar pensando; por que eu estou cultivando? Na maioria do tempo está preso, dificilmente pode ficar solto e o trabalho? Demorar 40 minutos pra secar com secador no talo... acordar as 4h30? E pra quê? Antes eu tinha um motivo... de repente, meu motivo se foi e vontade de olhar no espelho e ver algo diferente, foi crescendo... Resolvi que queria algo diferente, mais prático, new me. A madame Channel sempre dizia que quando uma mulher muda o cabelo, ela quer mudar de vida... não mudei tanto assim, afinal continuo morena, nem sei se vou mudar muito minha vida, todos sabem o quão tradicional eu sou, mas a verdade é que eu queria ficar diferente e eu adorei!
Todas nós gostamos de uma mudança, por isso que salão de beleza é um ótimo negócio pra quem sabe trabalhar, porque simplesmente vende a ilusão de mudança. Nos dá momentos de libertação, de nos sentir livres, de não se prender as amarras... Claro, que é temporário, felizmente cabelo cresce e quem nunca fez uma besteira no cabelo que o diga!
Eu sei que muita gente torceu o nariz e claro tem aquelas famosas perguntas: - por que você cortou o cabelo? Se eu responder: - Porque quis! estou sendo mau criada? Acho que não, mau criado e fazer esse tipo de pergunta... 
Descobri que o cabelo curto fica melhor com os óculos, já que não tem outro jeito (conto isso, numa outra oportunidade...), resolvi assumir também os óculos, não dá pra ser o que se foi, não dá pra sair por ai sem óculos, não mais, fazer o quê?
E pros que acham que sou corajosa... sou nada, sou a maior bundona, corajoso é quem faz tatuagem, cirurgia plástica, dieta maluca... eu sou totalmente covarde, corro riscos, mas absolutamente controlados. Gosto de viver perigosamente? Sim, mas gosto da tranquilidade da coisas conhecidas.
E o legal é mudar sempre, mas podendo retornar sempre que quisermos... pelo menos, com os cabelos dá... é só ter um pouco de paciência.

Todas nós gostamos de uma mudança, por isso que salão de beleza é um ótimo negócio pra quem sabe trabalhar, porque simplesmente vende a ilusão de mudança. Nos dá momentos de libertação, de nos sentir livres, de não se prender as amarras... Claro, que é temporário, felizmente cabelo cresce e quem nunca fez uma besteira no cabelo que o diga!