O que passa na minha cabeça

Toda mulher, desde que se entende como gente, vive dilemas. Algumas encaram esse dilema eterno com amargura, tristeza, depressão... Outras, com bom humor. E encarar a vida com bom humor é um santo remédio pra rugas! Aqui vou escrevendo as coisas que vou vendo por aí, conto algumas experiências minhas, experiências de minhas amigas, amigos... Claro, sempre preservando a intimidade, algumas coisas que conto não aconteceram bem assim, mas poderiam ser... Enfim, realidade e ficção... São duas possibilidades e ai tem mais um dilema: A vida imita a arte ou vice versa?
Como escrevo numa paulada só, ou seja, sento , escrevo e publico, as vezes engulo uma letra, repito uma palavra. Acabo não fazendo correção do texto por medo de perder a espontaneidade. Então, perdoem meus pequenos errinhos, podem até me mandar um comentário mostrando. Espero que todos se divirtam aqui.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Somente mais um dia no paraíso.

É interessante quando nos vemos no meio de uma multidão e nos percebemos absolutamente solitários. Tantos rostos, mas o que cada esconde? Quais as alegrias e preocupações? De onde vem e para onde vão?
Uma vez, sentada no vagão, pensando a respeito dos meus problemas, do dinheiro curto, nas incompreensões da vida, vi entrar cinco rapazinhos, com um olhar de encantamento para tudo.
Frescos, como brotinhos recém germinados, com o sorriso franco e verdadeiro, tão próprio da juventude.
Traziam consigo objetos estranhos àquele tumulto; instrumentos musicais. No meio da confusão que começava junto com a superlotação, dentro de sacolas próprias, presos as costas dos rapazes, os instrumentos musicais, seguiam seus donos de forma silenciosa. Aqueles que foram feitos para fazer barulho, estavam mudos diante da poluição sonora .
Os meninos tinham um ingenuidade que corria por suas faces e estava lá para quem quisesse ver.
Acredito que talvez ninguém, além de mim, percebia aquelas criaturas tão fascinantes, todos estavam tão incomodados com sues horários e aperto no vagão, que não poderiam pensar em nada, além de se incomodar com os objetos volumosos que eles portavam e que a todo momento esbarravam em alguém.
Para onde iriam? Todos juntos, aparentando nunca terem estado nessas circunstâncias antes. Sorrisos e nervosismo misturados, um ar de poesia e sonho no meio do horário do rush.
Parada na estação, preciso descer, trocar de linha, seguir meu caminho. Parece que todos descem na mesmo lugar, longa caminhada, escadas, esteiras rolantes, confusão, gente se empurrando e os meninos? Não os vejo mais, de certo seguiram no vagão rumo a próxima estação, sem se arriscar no meio do caos subterrâneo.
Chego a plataforma de embarque, num canto da pilastra, os cinco rapazes e seus instrumentos, olhando para um papel que parecia um mapa meio amarrotado. Eles olham para o papel, parecem discutir, viram o papel, sorrisos entre si e lá vão eles embarcar no mesmo trem que eu.
De certo aqueles moços estão indo pra uma audição, um ensaio, um teste. Pela primeira vez juntos, no metrô. A bateria também ia, carregada por dois, tropeçando nas pessoas zangadas de caras impessoais, se desculpando e sorrindo.
O trem chega, eles, eu e a multidão embarca. Durante os pouco minutos de duração da viagem penso nesses brotos, cheios de vida e esperança, indo para o momento de suas vidas, com aquela vontade que só quem é jovem tem, aquela vontade que já tive e que a grande massa deixou parada em algum pedaço do tempo.
Não consigo lembrar dos detalhes dos rostos, apenas do sorriso e do brilho no olhar. Serão eles grandes astros? Talvez. Dificilmente. Mas eles foram, sorrindo e esperançosos. Talvez lá no futuro, por trás de suas mesas de escritório, olhando pela janela de vigésimo quinto andar, em seus ternos bem cortados, preocupados com a queda do índice dow jones ou esperando mais um plantão interminável, cheio de doentes imaginários, ou ainda preocupados com mês maior que seu salário, zangados porque o filho ficou de recuperação e a mulher com tpm feroz, eles se lembrem desse dia. Do dia que ousaram ser diferentes da multidão, ousaram sonhar, ousaram pensar que se pode viver um dia depois do outro sem se preocupar com o amanhã. Se lembrem que foram com a cara, coragem e instrumentos volumosos, enfrentar a máquina.
Estação Paraíso. Ouço: - É aqui, desce ai, vai cara! E lá eles descem, no Paraíso. Tomara que seja mesmo um grande dia no paraíso! O trem sai e os vejo empolgados, conversando alegremente antes da escuridão os engolir. Lá eles ficaram, em animação suspensa, sempre jovens, sempre belos, sempre frescos, cheios de sonhos. Parados espaço tempo, forever young. Nunca saberei que houve com eles. Nem eles saberão que naquele dia, alguém os observava e torcia por eles, para que não perdessem o trem, o trem da vida, que não se tornassem velhos ranzinzas e barrigudos, amargos e sem sonhos. Eles nunca vão saber! Eles estão sempre lá, no paraíso do underground.
Duas estações adiante, chega a minha hora de descer do vagão, seguir meu rumo, afinal o boleto do condomínio está atrasado, a fatura do cartão vais chegar com uma facada e a cesta básica subiu 4,2%, o que impacta muito mais que o índice no meu bolso e meu chefe não vai entender que existe poesia no metrô. Subo as escadas, saio da sombra para mais um dia. Volto a ficar carrancuda como todos. Lá fundo ficou uma marca, uma alegria que ninguém precisa saber, apenas um sonho.

sábado, 9 de agosto de 2014

A estrada


A melhor coisa de se morar em cidade grande é que ninguém se importa com a sua vida... A pior coisa de se morar em uma cidade grande é que ninguém se importa com a sua vida.
É incrível como as pessoas ignoram umas as outras como se fossem apenas coisas. Ninguém se olha, o pior, ninguém se vê.
As vezes eu pegava o metrô e ficava olhando para os rostos das pessoas e tentava imaginar que histórias haviam por trás daquelas expressões. Aquela multidão de anonimato, sem rostos, que sonhos  teriam? Me dava uma solidão.
Só quem é do interior é que sabe; as dores e as delicias de ser caipira provinciana... Meu lar sempre será o interior. Por isso, nada me faz mais feliz, ultimamente, que voltar pra casa.
Manhã muito fria, acordar cedo, aquela preguiça, o despertador tocou, ai não... É sábado. Mas não é dia de trabalhar, é dia de ir pra casa!
Banho, café, sacolas no carro e tchau São Paulo, tem vida me esperando a 100 quilômetros.
Umas das coisas que gosto é pegar a estrada cedinho, dia amanhecendo, pouco trânsito, muita disposição. Escapo rapidamente do resto de cidade e entro na BR, acelerando e ajustando o memory card com a trilha sonora da estrada, escolhi começar com Sweet Home Alabama, de repente, um sorriso no rosto, minha casa não é no Alabama, mas minha saudade é igual ao do Linard Skynard.
Entro no Rodoanel, caminhão pra tudo quanto é lado, entro no túnel, todo caminhoneiro é meio filhadaputa, desculpa aí, não é pessoal!
Deixei a voz do David me levar, pra espantar a raiva do caminhoneiro, canto a plenos pulmões; Too many tears: now my heart is breaking, my all world is shaking, 'cause I can't understand why you doing these things to me! Ainda bem que ando só... Ninguém precisa saber que eu sou desafinada!
Ainda bem que é só um pouquinho... No rodoanel, eu sou a intrusa, é território dos filhadaputa, mais uma vez, nada pessoal.
Primeiro pedágio, entro na curva retomando a aceleração, entro na Castelo, estou no meu ambiente, reta, asfalto perfeito, super sinalizada. Deixo o Pink Foyd me levar... Tenho a grata companhia de duas Harleys, uma Fat Boy e uma Sportster. Sei lá, acho que eles pensaram que minha pickup era um deles, as cegas, como eles poderiam saber que dentro daqueles vidros pretos de insulfilm estava uma amante dos motores em V?
Segundo pedágio, minha escolta para a direita e eu diminuo a marcha pela ultima vez, antes de chegar na área 15, a cancela abre, acelero, quinta marcha e a reta a minha frente.
A neblina de leve se dissipa e deixa um filtro suave nas cores que começam a se revelar pelo sol que sai tímido, deixando tudo como parte de um quadro.
Paradise, deixo o Coldplay tentar aquecer meu coração que anda tão tristinho. A cabeça voa, os pensamentos vão e voltam, os rostos das pessoas queridas se misturam a paisagem, um sorriso e resolvo ficar na pista do meio, ali não preciso me preocupar com os caminhões e nem com os apressadinhos. Posso curtir a estrada.
Avisto um guincho carregando dois karmanghias (nem sei se é assim que se escreve), lindos, indo pra algum encontro. Penso que os carros de hoje são muito tecnológicos, mas nem se comparam ao charme dos antigos. Logo ali, mais um guincho e outro e outro, cada um carregando uma preciosidade. A estrada estava enfeitada, aquilo sim eram verdadeiros carros alegóricos. Mas no meu som não toca samba, rock n' roll sempre.
Pelo retovisor vejo algo fora do comum se aproximando, garoa fina e lá vem um jaguar conversível verde, dentro, dois bobos que estavam mais preocupados em se mostrar que proteger suas cabeças das gotas. Os caras eram bobos, mas o jag... Era lindo!
Preciso mudar de faixa, acelerar um pouquinho mais, o bacalhau do 58 passa ao lado, qualquer dia, paro ali, não hoje, tô mais pra café passado na hora, pão fresco com requeijão Criolo sentada na minha cadeira, olhando pro nada, de preferência, pensando em nada.
Lá vem o beemevê a milhão, vai cara, que teu motor pode te levar mais rápido que o meu, mas não muito, vê se não se mata e não mate ninguém.
Deixo a voz do Eddie me levar, ao contrário dele, não ouço nenhuma sirene, porque ele tem que cantar tão bonito?
Os quilômetros vão passando rápido, já estou no paredão, daqui a pouco, quilômetro 96, vou deixar a Castelo seguir em frente, vou em direção ao meu refúgio. Sinto que faço a curva rápido demais, me dá aquele gelinho na espinha, mas tudo está certo, meus tempos de pé embaixo ficaram pra trás, tempo muito a perder e muitos que me esperam, não vale a pena arriscar. Último pedágio, passo a 56 no semparar, devia estar a 40, mas a cancela abre e já me sinto em casa.
Lá vem outro apressadinho: - vai logo mercedinho, talvez seus motivos pra correr tanto sejam dignos, talvez seja motivo de vida ou morte. Eu saio, tiro o pé e começo a ver as coisas mais conhecidas, volto a primeira musica da playlist: Sweet home Alabama, e logo depois da ponte, lá está ela, acordando pra um novo dia. E não é que como o Alabama, o céu está tão azul, o cinza de São Paulo ficou lá.
O coração começa a pular no peito, tenho que lembrar de diminuir a marcha, diminuir a velocidade e entrar na curva que leva a marginal do rio com as margens floridas e a ciclovia vermelha, sempre acelerando, aprendi com meu pai: curva se faz acelerando, nunca brecando. Mas não breco mesmo, já já passo na padaria e compro pão quentinho.
Agora cheguei... Talvez as pessoas não entendam, a melhor coisa de se morar no interior é que você sempre encontra alguém conhecido, a pior coisa de se morar no interior é encontrar sempre com alguém conhecido...
A estrada é sempre longa, mas agora tem vida aqui me esperando e uma gata manhosa me pedindo carinho.

Um pouquinho de poesia:
"Eu vejo um horizonte trêmulo
Eu tenho os olhos úmidos"
"Eu posso estar completamente enganado
Posso estar correndo pro lado errado"
Mas "A dúvida é o preço da pureza"
E é inútil ter certeza
Eu vejo as placas dizendo "Não corra"
"Não morra", "Não fume"
"Eu vejo as placas cortando o horizonte
Elas parecem facas de dois gumes"
Minha vida é tão confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional
Escute garota, façamos um trato
"Você desliga o telefone se eu ficar muito abstrato"
Eu posso ser um Beatle
Um beatnik, ou um bitolado
Mas eu não sou ator
Eu não tô à toa do teu lado
Por isso garota façamos um pacto
De não usar a highway pra causar impacto
Cento e dez
Cento e vinte
Cento e sessenta
Só pra ver até quando
O motor aguenta
Na boca, em vez de um beijo
Um chiclet de menta
E a sombra de um sorriso que eu deixei
Numa das curvas da highway.

domingo, 3 de agosto de 2014

Por trás dessa lente também bate um coração



Pois é... Todo mundo um dia passa por isso.
Quando somos crianças e usamos óculos, todo mundo nos chama de "quatro olhos". Se for lente grossa, "fundo de garrafa" e outras cositas bem simpáticas.
Na minha família, tem um monte de Quatroolhos e Fundodegarrafa. E eu? Estava me achando imune as lentes, mas que nada...
Quando chegamos a "certa idade", não tem jeito; ou você desenvolve uma tal de presbiopia, ou todas aquelas coisinhas que você já teve, voltam com tudo! E comigo não podia ser diferente, não é?
Fui estrábica na infância, coisa comum na minha família, tem sempre um vesguinho, é até charme. Lembro de ir comprar óculos com a minha mãe, eu estava me achando importante, afinal usar óculos era tão legal! Até chegar na escola... Quatro olho, quatro olho! Naqueles tempos, bullying era uma palavra que nem existia no nosso dicionário e vivíamos ouvindo; se apanhar na escola, apanha de novo em casa, arrumar encrenca  na escola estava fora de cogitação, ainda mais pra mim, que era medrosa de carteirinha. Af! Eu me sentindo a tal, ai vem aquele moleque chato e puxa o coro... Vontade de dar um "muquete" (como se dizia) na boca do cretino! Mas claro, ficava na vontade e engolir o choro, era o mais acertado.
Uma vez, resolvi dar uma acertadinha nos meus óculos... Quebrei! Nem preciso falar que levei umas belas palmadas, porque claro, naquele tempo, os pais podiam dar palmadas nos seus filhos...
Fiquei uns dois anos usando as lentes e o estrabismo sumiu.
E assim, minha vida veio seguindo; óculos? Só de sol! De preferência, Ray Ban (tenho um wayfarer original, com lente BL, que tem exatamente a idade do meu filho número 2! Relíquia de família.).
Mas eis que chego aos 40... Comecei a deixar passar erro nas provas dos meus alunos e a ficar em situação embaraçosa. Consulta no oftalmo e saio de lá com uma receita de lentes pra leitura, hipermetropia, não conseguia enxergar de perto. Claro que comprei uma armação bem pequena e baratinha, imagina, se eu ia gastar dinheiro com algo que eu ia usar tão pouco! E era aquela tira e põe, o dia todo... Uma vez por ano, eu ia lá dilatar a pupila, fazer um exame numa máquina que dá um soprinho no olho e usar uma coisa engraçada na cara, cheia de lentes escamoteáveis, tendo que ler uma série de letrinhas que vão diminuindo. Um belo dia, ouvi uma palavra engraçada: astigmatismo! Eu a ouvia, pois meu filho numero 2, também tem e eu sempre ficava mortificada todas as vezes, desde os dois anos que ele dizia pro tio do olho: num xergo! Então, deveria usar lentes bifocais! Mas nunca! Isso é coisa de velho, aqueles óculos com aquelas marquinhas? Para passar de vez meu atestado de velhice? Never! Teimei e teimei, só usava óculos pra leitura... Ninguém me via de óculos, só quando eu ia ler, ai tinha até uma gracinha.
Dois anos atrás, fui renovar minha carteira de habilitação e eis que na hora do exame de visão, tudo embaçado! E o médico me olha e diz: você não usa óculos? E eu balancei a cabeça em negativa. Ele até que foi compreensivo e me disse: - é a ultima vez que você vai conseguir renovar a CNH sem óculos! Putz, ferrou! Usar óculos pra dirigir? A treva total!
Depois de relutar muito, lá vou escolher uma lente bifocal... Ouvi da moça da ótica, que agora é multifocal... Ela me mostrou coisas na casa do quatro dígitos... No way! Como posso gastar tanto nunca coisa que nem quero? Escolhi de novo, uma armação super baratinha e uma lente com preço decente... Todo mundo me dizia que eu ia passar mal, que ia me dar enjoo, que isso, que aquilo...
Que nada, passeial? Não. Enjoeei? Não! Só me arrependi de ter comprado uma armação tão pequena...
Nos dias de hoje, não saio nem da cama sem os óculos. Vira e mexe, coloco os óculos na balada, porque num tô vendo nada e de repente ouço: - tiiiiiiiiiiira o óculos! Ai meu zeus, que crime, na balada, de óculos! Eu tiro, mas tenho a impressão que tô pelada.
Outro dia, esqueci meus óculos no carro, cheguei no trabalho e o pessoal todo falando comigo e eu disse: - Gente, sem óculos, fico surda! Saí correndo buscar meu acessório!
Agora, tenho que assumir, não fico mais sem, assumi uma armação mais estilosa, grandona e confortável. Até meu corte de cabelo foi pensado nos óculos...
Apesar de eu não ter nascido de óculos, não ter sido assim, vou acabar de óculos, com orgulho e de estilo; tô louca por uma armação gatinho...
Se eu tô alegre eu ponho os óculos e vejo tudo bem
Mas seu eu tô triste eu tiro os óculos, eu não vejo ninguém!
Outro dia até ouvi que é charmoso mulher de óculos... Mas ainda está longe de me sentir.

Gavetas

Vasculhando achei um pouco de você. Nas gavetas trancadas, a saudade que persiste. Papel dobrado, uma roupa que deixou de ser lavada. Um papel de bala, um bilhete de cinema. O CD do Chico, o papel do presente de natal. Ficou tudo lá, nas gavetas. Tirei da gaveta, coloquei na caixa. A caixa, no armário. De todo dia, pra de vez em quando. As gavetas são fáceis de arrumar. O coração é que não. Não dá pra tirar e colocar em outro lugar. Bem que podia. Pra tirar tudo, só reencarnação. Nem assim.

sábado, 2 de agosto de 2014

Lesma

O tempo não passa
Se arrasta
Feito lesma
Correndo maratona

O tempo não existe
Quem o pega
Quem o doma
É só uma ideia

Teve copa
O Brasil nao ganhou
Não falei pra ti
As coisas que pensei

Fiquei con raiva do tempo
Do mundo
Dei pra falar asneiras
Pra ser mau humorada

Não como mais salmão
Não ouço mais Beatles
Não leio mais Neruda
Tô de mal com a vida


Nao me pergunte das coisas
Porque da amargura
Só quem sabe que sente
Não preciso dizer.

No fundo só quero falar de ti.

domingo, 27 de julho de 2014

Um história capilar.


Minha cabeça ficou cheia... literalmente! Cheia de pensamentos e principalmente, de cabelos.
Vou contar a história da minha vida através dos tempos e dos cabelos.
Pelas minhas poucas fotos, fui um bebê bem careca, conforme o tempo foi passando, fui ficando cada vez mais cabeluda, tanto que apesar da minha idade, tenho cabelo até no pescoço!
Fui criança nos anos 70, então cabelo comprido virou minha referência. Lembro de caminhar com a minha mãe pela rua, de mãos dadas, a caminho de casa depois da escola e do outro lado da rua, uma moça com um cabelo lindo, longo e esvoaçante passando; achei a coisa mais linda, tanto que costumava  colocar um pano na cabeça, brincando que eu era aquela moça... Como eu era criança, não podia ter cabelo comprido, claro, porque dava trabalho, eu tinha aquele cabelo tigelinha. Quando peguei piolho - naquela época muita gente tinha piolho, não tinha os remédios de hoje - a primeira coisa que fizeram foi cortar meu cabelo `joãozinho`... baita injustiça, já não bastava estar piolhenta, ainda tinham que cortar meu cabelo curtinho? E a gozação? Afinal todo mundo sabia porque se cortava o cabelo curtinho... nesses dias, nem queria sair de casa. Pior sorte tinham os meninos; eles passavam máquina zero! Para mim, cabelo comprido virou uma meta, cabelo comprido tinha um status, uma aura de realeza... Cabelo comprido significava que você não tinha piolho! E como me esforcei... às vezes passava a madrugada passando pente fino e as fórmulas mais malucas na cabeça, pra me livrar dos bichinhos insistentes, passados a mim, através dos meus queridos irmãos caçulas...
Passada essa fase, meu cabelo sempre foi compridão! E liso. Hoje parece ser perfeito, na era das chapinhas e escovas obsessivas, mas do final dos 70, começo dos 80, a moda era cabelo crespo! Acreditem, era... meu sonho era fazer permanente (felizmente, isso nunca aconteceu!), já que não podia, fazia papelote, rolinho e a maioria das noites, dormia feito uma neguinha maluca, pra durar no máximo umas 2 horas e depois passar o resto dia parecendo um leão despenteado.
Os anos 80 foram engraçados; cabelos repicados, jogados, despontados, frisados (a gente fazia trancinha e depois soltava!), cabelos da Tina Turner, muita criatividade... Claro que o meu nunca dava certo nada, era liso e pesado demais, mas eu gostava de cabelo chanel, bem bicudão, ficava legal com ombreiras!
E tempo foi passando e o cabelo cresceu, cortei, cresceu, cortei, cresceu, cortei...
Mas se dependesse de mim, cabeleireiro morreria de fome, nunca fui assídua frequentadora dos salões, só vou mesmo pra cortar, de vez em nunca uma escova numa ocasião especial, eu sempre gostei de naturalidade, talvez por conta das desastrosas experiências do passado, resolvi ser mais natural possível. Com o tempo, tive que aprender a lutar com bravura contra aqueles malditos que tentam dia a dia  acabar com alegria da juventude, diminuindo pouco a pouco a minha auto estima e confiança, minando minhas esperanças da juventude, matando tudo que um dia já foi belo e vigoroso, mas não me vencerão, lutarei até o dia da minha morte, um guerreiro não se entrega... malditos cabelos brancos! Aprendi a usar a arte do ilusionismo, tonalizante. Mas sempre de forma natural.
E minha jornada capilar chegou até esse momento: cabelão no meio das costas. Olhar todo dia e ficar pensando; por que eu estou cultivando? Na maioria do tempo está preso, dificilmente pode ficar solto e o trabalho? Demorar 40 minutos pra secar com secador no talo... acordar as 4h30? E pra quê? Antes eu tinha um motivo... de repente, meu motivo se foi e vontade de olhar no espelho e ver algo diferente, foi crescendo... Resolvi que queria algo diferente, mais prático, new me. A madame Channel sempre dizia que quando uma mulher muda o cabelo, ela quer mudar de vida... não mudei tanto assim, afinal continuo morena, nem sei se vou mudar muito minha vida, todos sabem o quão tradicional eu sou, mas a verdade é que eu queria ficar diferente e eu adorei!
Todas nós gostamos de uma mudança, por isso que salão de beleza é um ótimo negócio pra quem sabe trabalhar, porque simplesmente vende a ilusão de mudança. Nos dá momentos de libertação, de nos sentir livres, de não se prender as amarras... Claro, que é temporário, felizmente cabelo cresce e quem nunca fez uma besteira no cabelo que o diga!
Eu sei que muita gente torceu o nariz e claro tem aquelas famosas perguntas: - por que você cortou o cabelo? Se eu responder: - Porque quis! estou sendo mau criada? Acho que não, mau criado e fazer esse tipo de pergunta... 
Descobri que o cabelo curto fica melhor com os óculos, já que não tem outro jeito (conto isso, numa outra oportunidade...), resolvi assumir também os óculos, não dá pra ser o que se foi, não dá pra sair por ai sem óculos, não mais, fazer o quê?
E pros que acham que sou corajosa... sou nada, sou a maior bundona, corajoso é quem faz tatuagem, cirurgia plástica, dieta maluca... eu sou totalmente covarde, corro riscos, mas absolutamente controlados. Gosto de viver perigosamente? Sim, mas gosto da tranquilidade da coisas conhecidas.
E o legal é mudar sempre, mas podendo retornar sempre que quisermos... pelo menos, com os cabelos dá... é só ter um pouco de paciência.

Todas nós gostamos de uma mudança, por isso que salão de beleza é um ótimo negócio pra quem sabe trabalhar, porque simplesmente vende a ilusão de mudança. Nos dá momentos de libertação, de nos sentir livres, de não se prender as amarras... Claro, que é temporário, felizmente cabelo cresce e quem nunca fez uma besteira no cabelo que o diga!


  

domingo, 22 de junho de 2014

Não quer? Tem quem queira!

 Primeiramente, leia essa matéria: A incrível geração de mulheres que entendeu tudo errado

Se nós entendemos tudo errado, e eles? Entenderam certo? A vá...
O mundo é muito injusto conosco; um homem grisalho é charmoso, uma mulher grisalha é relaxada. Um homem de 50 é gatão, uma mulher de 5o é velha!
Sempre tivemos que nos manter arrumadas, cheirosas, unhas feitas, cabelo arrumado,depiladas. Sempre tivemos que criar os filhos, ser exímias cozinheiras, donas de casa impecáveis, se fossemos trabalhar fora, tínhamos que continuar com todos os afazeres domésticos impecáveis. Sem tempo pra descansar e ainda com um bando de gente a te criticar. Pelo menos na minha terra sempre foi assim; vai trabalhar fora? Ok. Mas seu filho tem que estar lindo, bem cuidado, unha curta, cabelo penteado, o uniforme tem que estar branco, o cardápio tem que ser variado, ai de você se servir um macarrão com salsinha pros seus rebentos! A camisa do seu marido tem que estar passado como se tivesse saído da lavanderia. No domingo, que descanso o que... Dia de almoço em família! Ah, e não se esqueça que é falta de educação servir em prato descartável e visita não lava a louça...
Se meter a falar de política? Nem pensar! Querer ser engenheira? Que é isso, isso é coisa pra macho!
Pois é, o mundo dá voltas... E os homens não são mais os de antes! E isso tem lá seus ganhos e perdas, se por um lado tem homem que ajuda, que valoriza, tem uns que não servem nem pra trocar lâmpada! Além do mais tem muita mulher assumindo papel de "homem" da casa, sustentando, provendo, cuidando e defendendo.
Se nós estamos cada vez mais masculinas, afinal quem troca o pneu do seu carro? Eles estão cada vez mais "mocinhas". Conheci homem que se borrava de medo de barata e chamava a mulher pra matar!
Já precisei trocar o pneu do meu carro sozinha, sob o olhar de sarro de um bando de machões de mentirinha, que nem prestaram para oferecer ajuda! É comum eu chegar em casa cheia de pacotes, cruzar por vários homens e nenhum perguntar se quero uma forcinha... A vá! E depois tem gente que acha que a gente é tudo, menos o que eles querem?
Eu acho que a gente é tudo o que era antes; cheirosa, arrumada, boa dona de casa, carinhosa... E mais; profissional, entendida de hidráulica, pintora de parede, motorista muito competente - vê se a gente se mete em acidente besta? - a que calibra pneu... Imagina a cara de espanto quando chego no posto e falo: quantos litros ao invés de quanto deu. Quando falo: calibra pra mim, 29 libras nos quatro! Não moço não preciso trocar o óleo, ainda faltam 2.000 km para a troca! E coloca água ai, não precisa ligar o motor, ainda tem água no reservatório, por isso não dá vai dar calço hidráulico!
E agora que eles resolveram virar metrossexual? Um homem com perfume mais forte que o teu, que tem no banheiro mais cosméticos que você, que faz manicure toda a semana, que depila o peito, que posta no facebook que está no cabeleireiro? Que é isso? Olha só, se essa pessoa desviar um único grau, vai sair do armário saltitando feito uma gazela e soltando purpurina pro todo lado!
A coisa está tão grave que tem até propaganda de desodorante com cheiro de macho!
 E depois falam da gente?
Se somos a incrível geração das mulheres que são tudo, menos aquilo que os homens querem, eles estão querendo ser tudo, exatamente igual a nós, mas é claro que nós somos mais competentes!
As coisas precisam ser descomplicadas e devemos parar de rotular as pessoas, é a necessidade que nos faz ter certos modus operandi...
E daí se gosto de futebol? Eu gosto mesmo! Se gosto de motor? Se muitas vezes preciso ser forte pra enfrentar as coisas da vida, se não posso chorar? Se uso panela elétrica pra fazer arroz? Se falo palavrão de vez em quando? Se conto piada suja? Se decido quando, quem e como? E daí? Não sou o que eles querem? Duvido!


Money changes everything


Que o mundo sempre viveu movido pelo dinheiro, isso todo mundo sabe, mas ultimamente, isso tem sido tacado na nossa cara a todo instante.
O mundo do consumo nos invadiu de uma forma tão gritante, mas nós não percebemos. A cultura do novo, do up to date nos move e nos direciona.
É comum hoje as lojas colocarem cartazes: Nova Coleção! As montadoras de carro: New Beetle que depois virou Novo Fusca. New March, New Fieta, New Civic... Bustier, virou TOP, rímel, virou Mascara, tachas viraram Spykes, beige virou NUDE, cor gelo virou OFF WHITE.. Mas gente, qual é a novidade? Se moda vai e volta, what´s news pussycat?
Outro dia, eu vi uma coisa engraçada no face: dica infalível de beleza: seja rica! É.. ter dinheiro e tempo de sobra que passar o dia cuidando da pele, do cabelo, do corpo, do look, faz uma diferença... Mas é claro que se você só fizer isso, sobra tempo para mais o quê? E sua cuca? Fica como? E seu papo? Será sobre o que?
Dia desses, eu disse a uma pessoa que os pobres se divertem mais e ela caiu na risada. Mas não é vero? Olha a cara do pessoal nas fotos do face... Churrasco na laje: sorrisão. Pagode na comunidade: cara de felicidade inquestionável. Carro 1998, comprado em 60 parcelas: sonho conquistado! Farofada na Praia Grande: amo muito tudo isso! Agora, olha as fotos dos ostentadores... Foto na lancha, cara blasé. Foto em Paris, tô nem ai, vivo aqui. Foto, obviamente discreta, dentro do Evoque, que tédio! Não estou dizendo que não tenha gente rica feliz, nem pobre amargurado. A felicidade ou a falta dela não está nas coisas e sim na conquista, está em quem compartilha com você a conquista. Teria coisa mais triste que um palácio vazio? Pois é, o príncipe Sidarta sentiu isso na pele. Claro, que também não encontrou felicidade na miséria... A felicidade ele encontrou no equilíbrio e é isso que nos falta hoje...
A moda, a música, as novelas nos dizem que precisamos ostentar, aparentar, ter... E nem por isso vejo as pessoas mais felizes, muito pelo contrário, cada dia mais gente infeliz e solitária, cheia de coisas, postando seu selfies, marcando a cada lugar ido para que todos vejam o quanto suas vidas são espetaculares, mas com um vazio enorme por dentro. Que fique bem claro, eu posto selfie (tenho aprendido com meus alunos), marco lugares que vou, mas sem neura, please!
E a noite? Ai meu zeus! Se você olhar com calma, parecem um monte de walking deads cheirando Carolina Herrera (homens e mulheres), vestidos iguais (homens e mulheres), tentando parecer super, desesperados por quem os leve para casa! O engraçado é que a maioria está de cartão estourado, parcelando compras de supermercado, mas tá lá... bebendo algo que os faz esquecer quem realmente são. Fui pesada, né? é... mas será que de vez em quando não é preciso?
O dinheiro é bom, nos dá tranquilidade, pode nos proporcionar tempo, mas não é a coisa mais importante. E todos temos nosso melhor lado ultimamente escondido pelas coisas materiais.
Eu que sempre fui outsider, de vez em quando me pego querendo algo que não preciso, só porque todo mundo tem... só porque ouço aquela palavra mágica; moda... E dali a pouco, me bate o arrependimento... Roupa, sapato, lugar quem nem valem a pena, que nos esvaziam, carteira e mente, mas eu também fico querendo... É a força da propaganda... que é a arte de fazer você querer desesperadamente algo que você não precisa. Pois é, mas e aí? Viro ermitona, me isolo do mundo? Viro motivo de chacota? Eita dilema: ceder ou não ceder a tentação?
Estou buscando uma saída criativa, para continuar a ser eu mesma, sem ceder a tentação de viver dura e sem perder meu estilo. É o seguinte; a um tempo, acho que vocês lembram, muitas de minhas coisas mofaram e precisei tirar tudo do armário para limpar. Descobri que tenho tanta coisa, que nem que eu queira eu consigo usar tudo em um ano, fazendo combinações, sem repetir look... É, tenho um absurdo de coisas... Está certo que eu comprei muito, mas o fato é que eu sou cuidadosa com minhas coisas, então elas duram muito... Já tem um tempo que estou pensando em fazer uma experiência... Outro dia, num programa de TV, vi uma menina que economizou R$ 10.000,00 ficando um ano sem comprar nada! Eu não acho que eu consiga juntar tanto, mas se eu conseguir economizar o suficiente pra não perder o sono em determinadas épocas do ano, já está ótimo! Claro que para isso, precisei fazer uma promessa para Nossa Senhora (sou muito devota...), assim todas as vezes que eu for ceder a uma tentaçãozinha de nada, vou lembrar de minha promessa e isso para mim é coisa séria. Não gastar com bobagens, valorizar o que já foi gasto, não descartar as coisas sem consciência, e tenho uma boa fórmula para fazer meu dinheiro valer mais e realmente mudar as coisas.
Já comecei, tá? E sabe? tem um gostinho tão bom quando alguém fala que você está linda, estilosa com uma roupa que você tem a tanto tempo...


sábado, 14 de junho de 2014

Bola na trave não altera o placar.


E tem copa! Apesar dos protestos, da bagunça, eu sabia, quando a bola rolasse, as coisas voltariam ao lugar de sempre... Se está certo ou errado, cada um tem sua opinião. Os estádios foram feitos, o dinheiro foi gasto e os turistas estão ai. Agora, eu achei divertido a nossa presidente ouvir umas coisinhas...
Apesar de tudo, futebol é sempre muito legal. Eu acho arte, futebol bem jogado, lá e cá, habilidade e talento. Mas acho muito chato ficar endeusando alguns, só porque jogam em times milionários, só porque aparecem em uma penca de comerciais e os paparazzis os seguem por todos os lados. O Neymar joga muito, é um moleque, joga feito moleque, brinca, é lindo... Mas é um babaca na mídia. O Messi, oh, o Messi, joga muito, mas muito também, mas joga pra quem lhe paga, joga porque senão não recebe o alto salário, ainda não convenceu na seleção argentina, mesmo porque ele nem é mais argentino, mora na Espanha desde os 10 anos!
Algumas partidas são espetaculares. Hoje eu vi uma modesta Costa Rica ganhar de virada da Celeste! Tem coisa mais legal? Na última copa, ficamos todos apaixonados pelo Uruguai, com jogador sendo expulso por botar a mão na bola, por um goleiro defender no último instante e levar a decisão pros penaltis e o penalti com cavadinha do Loko Abreu... Foi empolgante. Mas hoje, a Celeste estava apagada e teve o que mereceu. É sempre assim, a cada copa surge uma queridinha, a minha virou a Costa Rica. Jogaram pra valer!
Apesar do meu sangue, adorei a surra que Espanha levou! Meu pai deve estar bravo, mas... Quem não faz toma! E foi bom.
Mas apesar de achar que o Brasil vai ganhar, afinal é a seleção pentacampeã, a camisa amarela é uma lenda e os brasileiros são mais talentosos, não estou muito empolgada, talvez porque os jogadores são tão estrangeiros quanto o Messi, ou porque viram pop stars demais, ou talvez porque seja em casa, essa copa não me empolga. Está certo que nunca fui uma torcedora muito apaixonada, mas agora, estou mais ué do que nunca.
Na copa de 86, lembro do jogo que o Brasil foi eliminado, foi um chororô total, teve amiga minha que desmaiou, e eu lá olhando tudo com total sensação de normalidade. Sempre tem um vencedor e um perdedor e as vezes, o nosso time é o que perde. Então, se ganhar ou perder, o sol nasce e a vida continua...
Eu gosto mais do meu time, quando ele ganha, é mais legal, talvez porque ele seja mais odiado, criticado e hostilizado. Quando o Corinthians ganha... Ai sim, me dá uma sensação tão boa... Quando perde, fico chateada, mas passa logo. Sempre tem um outro jogo. Como é que virei corinthiana? Acho que foi pelo meu filho, que torce de uma forma tão legal, ou porque sou meio do contra, sei lá.
O meu pai é corinthiano, desde que eu me entendo por gente e eu tinha raiva de futebol, quando pequena, nós tínhamos uma só tv e aos sábados, era dia do meu pai ver o timão jogar e eu não podia assistir minhas séries e programas musicais. Meu pais tem dois filhos homens e nenhum puxou seu amor pelo futebol. Lembro bem do meu pais comprar chuteira pros meninos, matriculá-los na escolinha de futebol, mas chegar em casa e pegar os dois correndo de chuteira no asfalto, brincando de pega pega, ao invés de jogar bola. E assim, meu pai nunca teve um companheiro para ver jogo e torcer, até meu filho mais velho começar a se interessar por futebol.
Detestava futebol, quando adolescente, namorei um jogador júnior, o que era um saco e contribuiu ainda mais para eu detestar.
Quando o meu filho mais velho tinha uns 5 anos, eu o levei para uma festinha de aniversário de um amigo, chegando lá, a casa estava toda decorada de verde e branco e todo mundo com camisa do Palmeiras. Me convidaram para entrar e me perguntaram: - para que time vocês torcem? E eu:- nenhum. E a festinha seguiu. Havia um telão e todos ficaram assistindo um jogo; Palmeiras e Corinthians. Todo mundo gritando e cantando, enquanto as crianças brincavam. De repente, eu vi um jogador pegar a bola e sair com ela lá do meio do campo, e todos correndo atrás. Todo mundo fazendo aqueles sons incompreensíveis e o jogador chutou para outro e a bola balançou a rede.  Não sei sinceramente que me deu. Soltei um GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL do fundo do meu ser. Quando me dei conta, estava um silêncio sepulcral e todos me olhando com cara de ódio. Eu olhei e disse: - não foi gol. E o pai do aniversariante: - foi, mas do outro! Me fuzilando. Ainda bem que sou rápida: - não foi do seu time. E ele : - NÃO! - viu como não entendo nada de futebol? E eles me perdoaram meio desconfiados. As vezes dar uma de tapada é questão de sobrevivência. Bem, gritar gol do Corinthians numa casa apinhada de palmeirenses e ficar com sensação ótima... Assim começou minha vida de torcedora do Todo Poderoso!
Aprendi a gostar de futebol, mas aprendi que futebol tem que ser justo e tem que ser espetáculo. Jogo sujo e feio, violência é horrível, no meu time e em qualquer outro. E não sou de passar a mão na cabeça do meu time, se joga feio eu falo, se é desleal também, mas fico fula quando falam injustiças. Também, fico fula quando nossos jogadores são desleais e o povo aprova, seja time ou seleção.
A copa está ai, espero que o saldo seja positivo, que as melhorias sejam para todos, que sejamos melhores do temos sido, que nas eleições nos lembremos das maracutaias e dos desvio do dinheiro público e que tenhamos muito queridinhos. Que haja muitos jogos lindos de pura arte e que tudo corra bem para todos. A arte é necessária para o povo e o Brasil é o mais talentoso.
Mas como bola na trave não altera o placar, acho bom a gente aprender com os nosso erros, futebolisticos, culturais e de engenharia e passamos a nos preocupar com as coisas importantes de verdade.

domingo, 8 de junho de 2014

Seja esperta, seja elegante, seja uma Diva! Seja você!


Outro dia, eu estava com minha irmã numa grande loja de departamentos (é uma delicia circular pelas araras, olhando uma peça ou outra, sem um vendedor no seu cangote...) e começamos a falar sobre as peças que estavam na última moda. Calça estampada, saia tipo kilt, jaquetinha de couro (ui ui, couro é sempre couro, não aquelas porcarias que chamam de ecológico!), botinha... E eu soltei: - Não é porque está na moda que é bonito e não é porque é bonito, que fica bom em todo mundo! A não ser que você ainda não tenha completado a segunda década de vida, nada disso vai ficar bom! De repente, ouço: - Ai, desculpa (bem delicadinho), não pude deixar de ouvir, mas adorei você! Você é uma diva!
Ui! Era uma biba tão lindinha, mais tão lindinha, que nos apaixonamos a primeira vista! E ficamos ali, falando sobre os absurdo que ele vê trabalhando na loja (ele é consultor de estilo, fofíssimo!) e nos pecados de alguns de nossos parentes... O papo foi ótimo e eu me senti muito bem, afinal ser chamada de diva, por uma biba... não é pra qualquer um. Por que se tem uma coisa maravilhosa nas bibas: elas são absolutamente sinceras, vejam o legado do Félix! E na minha opinião, toda mulher precisa ter uma amiga biba, pra lhe dizer na cara, aquilo que as amigas mulheres não tem coragem... Uma me disse uma vez: - cruzes! que são essas taturanas em cima de seus olhos? E eu vi que precisava urgente de um design de sobrancelha! E nesse dia na loja, eu estava bem largadona: saia longa, rasterinha, camiseta basiquinha e cabelão (eu ainda tinha cabelão) preso por uma piranha bem displicente... Puxa, diva eu?
Eu sempre fui muito "fora de moda", primeiro, pela falta de grana e de quem comprasse minhas roupas, lá na adolescência, período este que costumamos nos importar em demasia com o que os outros acham e que fazemos tudo para nos incluir nos grupos, e, como eu passei a adolescência órfã de figura feminina... a moda era algo distante. Depois, me assumi mesmo como outsider e passei a ter meu próprio estilo, de preferência bem básico, mas com uma pitada de ousadinha. Meu zeus, estou falando como uma fashionista!
Hoje, sinto que as coisas que eu sempre gostei, as que mais me chamavam atenção, as que eu sempre quis, que eu sempre admirei, são as mais clássicas possíveis. Vestido tubo preto, desde que entendo por gente, eu adoro! Eu via nos filmes dos anos 50 e 60 e adorava! Scarpin, uau, nada mais chique, se for preto e branco... um luxo! Colar de pérola falsa! lindo. Tudo isso com uma referência óbvia a Coco Chanel! E vestido trapézio...ai que lindo! Yves Sait Laurent sabia das coisas, terninhos, visual andrógino... E claro, depois o estilo rock/biker; jaqueta de couro (desculpa, mas meu lado Greenpeace fica de lado agora, couro tem que ser pele de algum bicho que morreu... de preferência bovinos, já que viraram bife e churrasco... Couro ecológico não vale! Aliás, de ecológico não tem nada, são feitos de polímeros tão tóxicos quanto qualquer outro, não se engane!), calça skynni, bota, camiseta babylook... Ou seja, nada disso sai de moda! Tudo isso são clássicos
Por mais que algumas coisas apareçam do nada, coisas clássicas nunca sairão de moda e ai reside o segredo das pessoas que parecem que não envelhecem! Elas são sempre clássicas! Uma vez li no livro da Claudia Matarazzo, Etiqueta sem frescura (aliás, deveria ser livro de cabeceira, pois fala de ser elegante, sem mimimi.) que quanto mais se muda, mais seus defeitos aparecem, quanto mais muda seu cabelo, mais as pessoas tendem a ficar olhando e percebendo seus defeitos. Quanto mais nos mantemos estáveis na aparência, menos nossos defeitos são salientados. É o que eu sempre digo: A arte do ilusionismo! Claro que tenho as marcas do tempo no meu rosto e corpo, afinal, já vivi um bocado, mas as pessoas dizem que não notam, ou são bem mentirosas, ou não não notam mesmo (mas eu sim, que fique registrado!), agora imaginem, se eu aparecesse de cabelo loiro... minhas ruguinhas e marcas de expressão chegariam antes de mim nos lugares. Meu peso, sempre foi estável, com algumas exceções de alguns períodos de extrema magreza ou de gordurinhas absurdas aliadas a gravidez ou a uma depressão, praticamente o meu corpo está igual. E eu vivo ouvindo: você não envelhece? Envelheço sim, queridos e como, mas eu tento atenuar o envelhecimento da forma mais natural possível. Com o passar dos anos aprendi a usar a tecnologia a meu favor - não vivo mais sem BB Cream! - maquiagem sutil, roupas que seguram as pontas sem apertar e sem virar um desastre quando nos despimos, porque vocês sabem; não uso nada beige... nada é pior que beige! E aquelas coisas; cintas e espreme e espreme, são sempre beige! Isso brocha qualquer um, inclusive eu mesma! Se eu me vir vestindo um treco daquele, acho que me suicido! Assim como, ninguém vai injetar nenhuma toxina no meu corpo... no thanks, já sou tóxica demais e também, ninguém vai injetar gordura da minha bunda na minha cara... Seria o fim!
Escolhi envelhecer com dignidade, prefiro ser uma velhinha (quando chegar a hora, claro!) bem fofinha e lindinha, do que a noiva do Frankenstein apocalíptica que vemos por ai, na balada...
Quero ser eu, do meu jeito e estilo próprio. Por mais que eu admire certas pessoas, não dá para ser como elas... Uma vez ganhei um vestido de uma super hiper mega querida... ela queria que eu ficasse mais glamurosa... advinha? Ficou horrível em mim! Porque o estilo não era meu, era dela. Felizmente, ela é uma fofa e trocou por algo mais a minha cara... E não adianta me falar para fazer mechas, luzes e os cambau... ou gosto do cabelo que eu tenho, agora curtindo o channel adoidado, claro sob o olhar de reprovação de algumas das minhas amigas... Meu cabelo é assim, desde pequena, liso, reto, caído para o lado direito, agora tenho luzes naturais; cabelos brancos disfarçados por henna (a quase 20 anos uso henna!) e minha unha... vermelha, preta, natural, nude, chocolate, bronze. O máximo da ousadia, verde esmeralda quase noite e azul marinho metálico... Azul caneta bic, nem pensar! E não porque a aquela da novela está usando verde diarreia que eu vou usar!
Eu sou assim, se eu quiser sair de qualquer jeito, eu saio! se quiser sair despenteada, também... Mas é claro, nunca esmulambenta! Afinal, eu sou uma DIVA!
E por último; a moda geralmente feita por muitas bibas, que as vezes tem manifestações artísticas e são apenas para a passarela, outras, porque alguns morrem de raiva da gente mesmo, e lançam umas coisas que nos deixam uó e o povo corre usar... Isso é um perigo! Porque se uma amiga biba é tudo de bom, uma inimiga, pobre de nós!



PS - só consigo colocar clipe para trilha sonora e imagem, se eu usar um pc comum... essas Icoisas são muito complicadas... e como estão na moda!

domingo, 1 de junho de 2014

Um dia na vida.

Sempre pensei no tempo como algo realmente intrigante. Até que cheguei a conclusão de que ele não existe! Tive essa visão ao voltar de uma viagem que eu queria muito fazer, foi um ano todo de planejamento, expectativas, preparativos e de repente, me vi voltando e pensei: onde está o tempo? Não podemos pegá-lo, guarda-lo, voltar... simplesmente podemos sentir os efeitos dos eventos passados por nós, mas o tempo não. Por isso, não se pode voltar.
Quando dava aula de filosofia, sempre abria as minhas aulas perguntando sobre a única certeza que temos na vida, algumas turmas matavam a charada de imediato, outras demoravam um pouco mais, mas todas chegavam a terrível constatação de que a única certeza que temos na vida é que vamos morrer! Ponto. Fato! e por mais que a humanidade tente fugir com tentativas absurdas de se prolongar ao máximo a vida, somos seres mortais. Chegamos a esse mundo, cumprimos nossa missão e partimos. Alguns têm missões que são mais longas, outros, mais curtas, mas o que imutável é a nossa perenidade. Cada dia, na verdade é menos um dia. Nossa areia está escorrendo e não nada que possamos fazer, estamos em contagem regressiva desde o dia de nosso nascimento.
Puxa, isso deveria nos deixar deprimidos... Não, claro que não! mesmo porque acredito piamente que a morte não é o final, porque estou falando da morte do corpo, nunca da alma. É como a lâmpada que queima, mas a eletricidade continua a existir...
A mortalidade é algo absolutamente fantástico, dizem que até os deuses invejam a nossa condição de mortais. Quem se lembra do filme Highlander? Imortais lutavam entre si e o ultimo ganharia o prêmio final: se tornar mortal. Quem não se lembra das cenas do jovem highlander sofrendo ao ver sua amada morrer de velhice ao som de Who wants to live forever, do Queen? Triste não é? Imaginar todos os que amamos partindo e nos deixando...
Além do mais, o que fazemos entre o primeiro e o ultimo dia de nossa vida é que a chave. Fazemos coisas magníficas, para nós mesmo, para os outros, prestamos atenção nas pequenas coisas ou somente nas grandiosas? Amamos de verdade, aceitando as coisas como são, ou vivemos esperando que o amor de novela apareça?


Banda do paraíso.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Porque você é a regra.  - parte II - será?

Ontem, assisti de novo "aquele" velho filme: Ele não está tão afim de você. Li um post antigo e vi que eu havia escrito parte I... E nunca escrevi a parte II. Engraçado, o que será que eu pretendia escrever na parte II? Já faz tempo e eu não me lembro. Mas no que se diz a respeito desse assunto, nunca vai faltar repertório! Talvez, eu não tenha escrito, porque eu estava me considerando a excessão. Mas isso não foi ruim, me entendam... Cheguei a conclusão que as condições mudam o tempo todo, de uma hora somos regras, outra somos excessão. E assim é com todo mundo, até com os meninos.
Partindo da generalização empírica de que todos o corvos são pretos, tendemos a aceitar nosso destino com resignação e uma dose de autopiedade. Assim, como colocamos o rótulo no outro e pronto, todos os homens são canalhas ou todas as mulheres são loucas. Quase isso, mas nem todos.
Como nem tudo que é preto é corvo, ficamos meio confusos quando vemos algo que nos tira da zona de conforto, assim como a mocinha do filme, quando se depara com o rapaz que lhe dizia que as mulheres é que colocam expectativas demais nos homens,  se declarando.
Eu disse que estava me sentindo a excessão e era mesmo. Eu estava (verbo estar, não ser) porque eu realmente estava fora do padrão. Tanto fora do padrão que o pessoal nem entendia, até criticava um pouco, mas estava tudo bem, até que... De repente, algo fora de controle, mudou tudo! E a culpa é de quem? Só pode ser das estrelas! Nesse caso específico, vou botar a culpa em Aldebaran! Que osta! Tudo bem, feliz, nas nuvens e vem um raio e muda tudo de lugar. Voltei a estar regra! Ces' t la vie.
O que me faz pensar é se nós não damos tamanha importância para o que queremos e esquecemos o que vivemos? Penso que assistimos filmes demais, novelas demais, ouvimos musica demais e projetamos demais.
Os filmes terminam e nem vamos saber se o mocinho vai conhecer outra, se a mocinha vai virar uma chata dominadora, se um câncer vai atacar um deles, ou se simplesmente o relacionamento vai esfriar. Pensamos que o final feliz dura pra sempre e quanto é pra sempre? Como diz o poeta: o pra sempre sempre acaba.
Que triste... Não é nada! Não é porque acaba que... ACABA! As coisas não acabam... Elas permanecem, no melhor memory card que existe; nossas lembranças! Guardadinhas em um local super seguro, ninguém deleta, nem formata... E mesmo que você não queira, elas ficam lá. E toda as vezes que você sentir um cheiro, um gosto, ou ouvir algo, você vai ser transportado para aquele momento...
As coisas mudam. Isso é doido, mas a gente sobrevive e um belo dia, percebe- se que você pode estar mudando de estado, de regra para excessão e assim vai. E o único jeito de se libertar é atingir o Nirvana, budista... Não vá ficar ouvindo o Nirvana, banda, que aí a coisa fica tensa. :) Desculpe, não aguentei a piada!
Bem... No final somos como a água, mudamos de estado de acordo com o ambiente.
Agora, tem uma coisa que me incomoda sempre: as frasezinhas de facebook. Li uma assim, a mulher sem um homem é como um peixe sem bicicleta! Bem se vê que quem escreveu não entende nem de peixe, nem de bicicleta, nem de homens, nem de mulheres! Cada um precisa daquilo que precisa! E precisamos de coisas diferentes. Assim como nem tudo que é preto é corvo, nem tudo que é peixe vive sem bicicleta, nem toda mulher vive sem homem! Tem umas que sim, outras que não. E generalizar não faz bem a ninguém. E o que é regra pra uns, é excessão para outros e assim vai.
Estejamos regras ou excessões, mas estejamos firmes e com confiança e sabedoria de que a não há mal que sempre perdure, nem bem que nunca acabe.

sábado, 17 de maio de 2014

Can´t buy me love.


Antes de mais nada: no dia 12 de junho no Brasil é comemorado o Dia dos Namorados. Os restaurantes ficam cheios e com filas de espera, o comércio aguarda ansiosamente esse período de vendas, mas afinal, alguém sabe a origem desta data?
No Brasil, a data tem origem comercial, quando em 1948 a rede de Lojas Clipper notou em junho uma queda nas vendas devido à ausência de uma data comemorativa no mês, pois o Dias das Mães é comemorado em maio, Dia dos Pais em agosto seguido pelo Dia das Crianças em outubro. Para reverter essa situação, a empresa contratou o publicitário João Dória, que teve a ideia de copiar o Valentine’s Day e escolheu o dia 12 de junho para as comemorações.
A data não foi escolhida por acaso. No Brasil, as mulheres na busca de um amor homenageiam o Santo Antônio, conhecido como “santo casamenteiro”, no dia 13 de junho. A escolha do Dia dos Namorados ficou para um dia antes. A estratégia surtiu efeito com o slogan “não é só com beijos que se prova o amor”, o que alavancou as vendas da loja e criou a tradicional troca de presentes da data.
Ou seja, tudo isso de amor, coraçõeszinhos apaixonados, beijos ardentes, casais felizes... é tudo uma bela jogada de marketing para tomar um pouquinho mais do seu rico dinheirinho.
Enquanto o mundo inteiro comemora do Valentine´s Day, em fevereiro, dia 14, que ao contrário, tem uma tradição linda e poética, nós aqui, engordamos as estatísticas comerciais em junho. Ou seja, milhares de anos de evolução e continuamos a agir feito primatas; repetindo tudo sem nem ao menos pensar a respeito... Este ano ainda, querem mudar para 11/06, pois dia 12 é a abertura de copa e com medo dos rapazes ficarem assistindo futebol, comprando cerveja, camisa da seleção ao invés de presentes e levar a namorada para jantar. Fica a minha dica. Como eu sempre digo ao meus alunos: ignorância é condição e não xingamento.
Por que me incomoda? Porque já começo a ouvir: "escolhi aquela bolsa pra ele me dar. Fulana vai me dar não-sei-o-que de presente. Ano passado ele me deu uma porcaria! Vou dar uma voltinha no shopping pra escolher o que vou pedir!" GENTE, PÁRA ESSE MUNDO QUE EU QUERO DESCER! Presente a gente não escolhe. O nome já diz: presente. É estar presente na vida de alguém. Da forma mais bonita. Os melhores presentes que ganhei, foram os inusitados, nos momentos que eu não esperava e que vieram cercados de carinho. Tenho jóias, cujo preço é pequeno perto de muitas coisas, mas que tem um valor incalculável, porque me foram dadas por alguém cujo meu amor é imenso. Preço e valor são coisas diferentes!
Quer presentear quem você ama, ok. Mas escolha outra data, faça pelo amor, pelo carinho, pelo mimo, não pelo comércio. Já somos um paisinho de merda mesmo sem nenhuma tradição em nada, somente nas coisas que nos envergonham, que tal pensarmos um pouco antes de agir. Todo mundo repetiu o " somos todos macacos", que foi criado pelo publicitário do Júnior para promovê-lo, deixando o lindo gesto de comer a bacana e seguir a vida em segundo plano. Será que somos todos macacos, mesmo? Macacos de repetição?
Independente se tem namorado ou namorada, o amor não se compra, porque ele não está a venda! Ninguém ama mais ou menos pelas coisas materiais que damos ou recebemos. As melhores coisas da vida não são coisas. Os verdadeiros presentes que recebemos sã inestimáveis, podem custar pouco, mas tem valor imenso.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Meninos

Estou de volta... Todas as vezes que não aguento mais meus pensamentos, resolvo escrever. Ultimamente, meus pensamentos estavam tão restritos, mas agora a cabeça virou um turbilhão, de novo.
Andei pensando a respeito da forma como homens e mulheres reagem a certas coisas.
 Ah, novidade! O blog todo é praticamente sobre isso! Mas tem coisas que me intrigam mais.
Por exemplo, como reagimos ao que nos amedronta. Nós, quando vemos uma barata, é aquele escândalo só, gritaria, lágrimas, corre, corre. Mas se não tiver jeito, a gente vai lá, pega um inseticida e vai a luta; gritando, correndo, chorando, mas vai.
E os homens? Bom... Hummm... Deixe me ver... Primeiro, a gente precisa descobrir do que eles tem medo. Acredito que o pior medo deles é pensar que alguém possa pensar que eles tem medo de algo. Complicado. Mas é simples; eles tem medo de serem medrosos! Então, eles simplesmente fogem dos motivos que podem causar lhes medo. Entenderam?
Me desculpem meus lindos, meus amigos queridos, os poucos que leem meu humilde blog, mas vocês são fofos, mas são covardões. Basta algo os ameaçar que vocês simplesmente ignoram, tiram do foco, como se deixassem de existir.
Ah, ela vai me fazer pergunta que eu não tenho como responder. Então, fujo dela, assim não preciso responder. Ela está me ligando para falar coisas que eu não tenho como lidar. Eu não atendo, quem sabe ela cansa.
E assim, garotos, vocês enfiam a cabeça no buraco. Porém, esquecem que o corpinho ficou de fora. Parecendo um avestruz.
E dizem que homens são de Marte, não acho. Acho que eles são de Saturno, Urano, Netuno, um dos gigantes gasosos, porque Marte é sólido e sólido é tudo que eles não são. São etéreos e instáveis, como os gases desses planetas. Repararam que não falei Jupiter, apesar de Jupiter ser o planeta regido por Zeus, símbolo da virilidade , é o planeta regente do meu signo e eu não quero dar esse gostinho a eles... Vai ver vem daí minha delicadeza de lutador de sumô. Mas isso eu deixo pra outra vez.
Então, os meninos são tão instáveis quanto gases tóxicos. Fato. Talvez seja porque eles na verdade não crescem de verdade, só no tamanho.
Pensem comigo; do que os meninos brincam quando pequenos? De carrinho, de futebol, de moto, de luta, de super herói. E o que eles adoram quando adultos? Carro, moto, esporte ( quem não gosta de futebol, curte vôlei, MMA e etc), geralmente fazem ou querem fazer alguma arte marcial e tem uma mania de saber tudo, resolver tudo, como os super heróis. Bem, acrescente também, brincar de boneca... É, minha gente, eles passam a gostar de bonecas... No caso, bonecas de carne, osso bunda e peito. Até o mais mão de vaca sonha em ter um carrão esporte acelerando, uma moto mega dando rolê... Sem falar as coleções: carrinho, canivete, ferramenta, camisa de time...
E nós, do que brincamos? De cozinhar, de mamãe, de casinha. Eu lembro bem do luxo de fogãozinho que eu ganhei aos nove anos. Um acontecimento, tinha panelinha de alumínio de verdade. Minha irmã sonhava com a boneca " meu bebê"! Tudo pra treinar para o que fazemos normalmente... Eu também brincava de aeromoça, de secretária e professora. Ou seja, coisas que nos dão muita responsabilidades. Agora, meus sonhos se realizaram!
E os distintos cavalheiros, apesar da carapaça de responsabilidade, no fundo são só uns meninos. Claro que não estou dizendo que eles não são responsáveis, não é isso. Eles são responsáveis quando lhes convém.
E como são chorões... Tadinhos, uma gripe os derruba, imagina ter um filho!
Adoro aquelas propagandas de desodorante: mulher é o sexo forte, não entre aspas. Forte e ponto! Somos mesmos, porque além de sermos fortes, movemos o mundo. Sem nós, mulheres, a humanidade estaria nas cavernas: credo que caverna feia e escura, vamos procurar outra? Nossa que casinha pequena e apertada, tá na hora de fazer outra. Que apartamento apertado, não dá nem pra se mexer, vamos comprar uma casa? Ai que parede mais feia, tá na hora de pintar...
Ou seja, somos insatisfeitas e movemos o mundo. De quebra somos mães, enfermeiras, terapeutas dos moços.
Mas fazer o quê, não é? A gente gosta de uma emoção e isso eles nos dão de sobra!