O que passa na minha cabeça

Toda mulher, desde que se entende como gente, vive dilemas. Algumas encaram esse dilema eterno com amargura, tristeza, depressão... Outras, com bom humor. E encarar a vida com bom humor é um santo remédio pra rugas! Aqui vou escrevendo as coisas que vou vendo por aí, conto algumas experiências minhas, experiências de minhas amigas, amigos... Claro, sempre preservando a intimidade, algumas coisas que conto não aconteceram bem assim, mas poderiam ser... Enfim, realidade e ficção... São duas possibilidades e ai tem mais um dilema: A vida imita a arte ou vice versa?
Como escrevo numa paulada só, ou seja, sento , escrevo e publico, as vezes engulo uma letra, repito uma palavra. Acabo não fazendo correção do texto por medo de perder a espontaneidade. Então, perdoem meus pequenos errinhos, podem até me mandar um comentário mostrando. Espero que todos se divirtam aqui.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Disco Inferno

Bom se a música já dizia: burn baby, burn, foi mais ou menos isso que ocorreu.
Sábado a noite, balada paulistana, mulheres livres, leves e soltas... a noite prometia! E lá foram as moçoilas, ao melhor estilo Sex And City, arrasando no modelito, mas nem tudo é glamour na noite!
Uma boa parte se reúne e sai... 3 carros... ai, ai, ai. Imaginem: ninguém sabia onde era: uma com o mapa do google maps, outra com o navegador do celular travado e outra com um gps que demorou para ser ligado! E aquele vai e vem, entra numa rua, entra em outra, ninguém consegue ler os nomes das placas, uma teve uma idéia: pergunta pro motoboy, a outra: é perigoso! E lá foi o entregador honestamente para sua entrega e as perdidas, no sentido literal, perceberam que estavam na contramão! Todo mundo retorna, os outros carros dão sinal de luz, alguns xingam e lá se vai o comboio.
Um ponto de táxi! Salvação! Claro que o motorista já viu do que se tratava e pra onde elas iam... Deu as coordenadas direitinho. Saiu um: o única morena do carro, guardou direitinho? E a morena: hã? mexendo no raio do celular para ver se o navegador voltava a funcionar... Felizmente, uma das loiras tinha gravado as coordenadas e no maior estilo gps de ser,levou as garotas as portas da disco.
Ao sair do carro, uma das ocupantes do outro carro disse: Ah, quando coloquei as informações no gps, ele falou: Você chegou, seu destino está a esquerda! Sem comentários!
Na entrada da balada, descem as moças se achando, afinal tinham feito reserva, estavam na lista vip da aniversariante, bolo na mão e... nem segurança tinha na porta ainda... Foi alguém para falar pra alguém sobre a reserva e ouviu: a casa só abre as 11h30! E falaram pras mocinhas chegarem as 10h! E felizmente, com o atraso elas chegaram as 10h30! Foi só uma hora de fila, numa rampa, com aqueles saltos espetaculosos que vocês já sabem... Minha teoria do sapato é feito homem, quanto mais bonito, mais te machuca, se comprovou... Antes de abrirem os portões da casa, o pé tava igual dedão de desenho animado quando recebe martelada, dava até pra ouvir o tóin, tóin, tóin!
E o bolo? Combinou-se que durante essa hora, cada uma segurava 10 minutos... Coisa fina! Ainda bem que uma das moças com mais atitude, foi lá e arrumou um jeito de guardar o bolo! Enquanto os seguranças faziam a reunião na frente dos frequentadores, o friozinho baixava sem dó...
Quando finalmente, começaram a liberar a entrada... só 2 por vez! a fila quase lá no final do quarteirão e só dois por vez...
O pé doendo, alguém tinha que pagar, o segurança grosseiro levou a pior: Eu já entendi que são só dois por vez, num sou burra! E por que você num coloca um sorriso nessa cara e fala com um pouquinho mais de cordialidade, afinal você trabalha numa casa noturna e não numa penitenciária!
Finalmente, dentro do recinto... espera mais um pouquinho e o camarote, com sofá pra sentar e tirar o sapato! ver se ainda dava pra salvar algo de dignidade pra noite... Também foi uma debandada geral pro banheiro, 1 hora na fila causa um estrago em qualquer bexiga!
Quando finalmente o dj tocou, acabou a dor no pé, afinal era hora de ferver!
A pista timidamente, começou a encher, encher, encher... de gente feia! Me entendam bem, não era gente feia simplesmente, era feia de desprovida de encantos naturais! Ainda bem que o camarote era grande... deu pra ferver, sem correr o risco de ter pesadelos por longos anos! As únicas saídas eram pro banheiro e pro fumódromo, que costuma ser animado, mas aquele está com cara de ferro velho, na garagem, cercado pro tambores cobertos por pano preto... um loooooooooshoo ( escrito errado mesmo)!t O banheiro era bonito, só um problema; depois de fazer pipi feito mulher aranha grudada na parede, e brincando de tiro ao alvo com o sanitário, se equilibrando num salto arranhacéu e com o risco de urinar na própria perna, era preciso passar por um espelho gigante primeiro e claro que a gente não pode ver um espelho que dá uma arrumadinha no cabelo, no vestido e na meia calça, tudo com a mão coberta de coliformes de todas as espécies, porque as pias eram coletivas e ficavam do lado de fora! estão achando nojento? E é... mas depois de muitas doses de vodca na cuca, foi exatamente isso que aconteceu...
Fominha bateu e o único prato da casa, tábua de frios, foi pedido em comum acordo entre três que concordaram em rachar...  depois de uma demora da muléstia (como dizem o povo lá do Nordeste), quando o prato chegou, foi uma multiplicação de mãos... e ele misteriosamente desapareceu em segundos, o pior foi a moça que teve a ideia de pedir, porque era a mais faminta ficou a ver navios... nem as azeitonas sobreviveram e ainda deixaram os caroços no prato confundindo uma desavisada...
O que restava era tomar em 4, a garrafa de vodka, com muito energético, porque não se tem a pretensão de ali voltar...
Mas como mulheres bem resolvidas se divertem com tudo, acabou virando uma festinha particular... todo mundo dançando, rindo, tirando foto e sem nenhum penetra...
Já pro final, com quase todo mundo descalça, ouve-se o seguinte papo: Posso falar como você? Você já tá falando! Você sabia que é muito bonita? Eu sei! Fiquei te olhando a noite inteira e só agora tive coragem de chegar! É, que ótimo, se você tivesse chegado antes tinha levado o fora logo de cara! Amiga, me salva desse encosto! E lá foram as mocinhas de mãos dadas pro fumódromo sucatão filar cigarro... E não é que encosto veio atrás! Já que não tinha entendido direito, foi necessário um Não e desinfeta! Sem misericórdia nenhuma!
Pelos menos a seleção de música era boa, tinha uns gogo boys, meio ridículo, esse negócio de homem depilado e rebolando é meio esquisito, mas deu pra dar umas risadas!
Final de noite... todo mundo se despede, cada uma pega seu rumo e as moças solidárias vão pra casa, ouvindo e cantando em alto volume, desafinadamente, um White Snake, que o David Cordale esconjuraria...
Lá se foi uma noite de sábado pra guardar no baú das lembranças engraçadas...
No próximo, que deve demorar um pouco, afinal, foi um pacto feito pelas melhores amigas, nada de inventar, uma vez Limelight girl´s, sempre Limelight girl´s!




sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Vênus

Pra início de conversa, vejam o vídeo:


Ok, nós não temos a caixinha do nada... Nosso cérebro passa o tempo todo funcionando e fazendo conexões, tirando conclusões e atribuindo valores... Ok, ok, ok... somos assim mesmo!
Dizem por aí que as mulheres são de Vênus... Por que será? Vênus reflete 2/3 da luz que recebe do Sol, um esplendor que lhe valeu o apelido de estrela-d'Alva. Povos antigos imaginavam tratar-se de dois astros: Lúcifer, a estrela da manhã, e Vésper, a estrela da tarde. Em latim, Lúcifer significa "o que leva a luz" e apenas na tradução cristã ele é associado ao mal. Mas afinal Lúcifer talvez fosse um nome mais apropriado para o planeta Vênus, um mundo mais próximo de uma visão do inferno que da personificação do amor. Ah! Tá explicado! Já que a maioria das guerras (a guerra de Tróia, a batalha do Padavas e Kurus, uma famosa guerra de guitarristas...) é atribuída a nós e que até em música infantil somos retratadas como seres que fazem "mal" ao homem (eles viviam felizes no Éden e nós fomos lá e o resultado foi a explusão do Paraíso), provavelmente vem daí a nossa fama de seres de Vênus.
Uma outra coisa interessante é que a rotação de Vênus se dá no sentido oposto à maioria dos outros planetas. Assim, em Vênus o Sol surge do Oeste e se põe no Leste. Pode ser que daí vem a nossa falta de sintonia com o sexo oposto, a nossa rotação se dá de forma diferente.
Dizem também, que Vênus é o planeta irmão louco da Terra, alguns cientistas dizem que Vênus era exatamente igual a Terra, só que por motivos que não se conhece, inverteu seus polos e passou a ser um planeta totalmente instável. Há uma explicação óbvia: Vênus teve uma TPM!
E se não bastasse tudo isso, seu eixo é oscilante, totalmente instável! Enfim, Vênus é um caos.
Tudo bem, nós somos instáveis e caóticas, mas  temos nossas compensações.
Minha teoria cientifíca (e inúltil) é que tudo em nosso comportamento tem uma explicação. No vídeo, o cara diz que tudo que está em nosso cérebro está conectado a emoção, por isso nós nunca esquecemos de nada. Isso realmente, é ciência, basta conectar algo a uma emoção para lembrarmos sempre e nós temos sempre uma emoção para cada lembrança... Quem lembra de aniversário de casamento, data do primeiro beijo, hein, hein? Também, tenho outra teoria; a questão do dia em Vênus demorar mais que um ano; pode explicar porque nossa concepção de tempo é diferente. O que os homens nos fazem são lembrados NOS MÍNIMOS DETALHES, como se tivesse sido ontem! Mulheres perdoam e perdoam muito, mas não se enganem rapazes, elas NUNCA, JAMAIS, EM TEMPO ALGUM, NUNCA NA HISTÓRIA, elas vão esquecer! Fica lá guardadinho, para no momento propício tacar na tua! Isso me faz pensar em outra coisa: no conceito de inferno. Se é consenso que se formos para o inferno seremos condenados a reviver por toda a eternidade os nossos erros e também por toda eternidade conviver com as consequencias destes... Cara, nós mulheres somos o inferno! Se você deslizar, a gente vai lembrar e lembrar e lembrar... As mais boazinhas, fingem que esquecem, não tocam mais no assunto, mas lá no fundinho, elas lembram e vão torturar, nem que seja pra fazer o moço morrer de remorso!
A históra está cheia de mulheres que acabaram perdendo a vida pela ameaça que representavam, o rei Henrique VIII vivia decaptando suas mulheres, ele dava desculpas, mas na verdade, por causa de uma mulher, ele rompeu com a Igreja e fundou a sua própria, depois voltou atrás, e tornou a romper de novo, a cada mulher nova que ele tinha, uma decisão e foi deixando um rastro de cabeças cortadas, na verdade, a Rainha de Copas da Alice (corte-lh a cabeça), devia ser  rei, que machismo do Lewis Carrol! Minha conclusão do caso das cabeças inglesas cortadas é a seguinte: eita bicho besta!
Também não posso deixar de citar a separção musical mais dramática: os Beatles! Eles nunca se deram, passaram a vida se pegando, numa guerrinha de egos, mas eles se encontravam, acertavam a música um do outro, gravavam e assim faziam arte. Foi as mulheres se meterem... que os 4 rapazes de Liverpool, o Fab 4, acabaram, na verdade eles eram 5, um já tinha abandonado tudo, por uma mulher!!!!!!!!!!
Desde que o mundo é mundo a gente é retratada como meio doida, ultimamente inventaram esse negócio de bipolar, só deram um nome bonitinho pra algo que todo mundo já sabe: nossos hormônios nos deixam loucas! No século passadoinvetaram até uma doença chamada furor uterino, só pra explicar o desejo sexual (absolutamente normal) que estava sendo manifestado sem medo...
Enfim, nós somos injustiçadas! Podemos ser infernais, mas temos nossa compensação, quem enfeita o mundo? Somos como Vênus! Sem contar, que podemos ser muito boas, mas muito mesmo, rapazes... basta vocês acertarem o ponto. Mesmo que não entendam, tentem conviver... Uma boa dica, se ela estiver despirocada, não ignore, tenha paciência, faça uns carinhos, mime um pouquinho... Você vai ver que diabinho adorável ela será!

PS - Vocês viram como cabeça de mulher funciona? Viram a quantidade de conexões que fiz? E ainda nem escrevi a metade que pensei...

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Tô com medo!



Que eu vivo em mundo bem masculino, todo mundo está cansado de saber! E é obvio que eu vivo sofrendo com a falta de compreensão dos seres humanos do gênero masculino a minha volta.
Tem uma coisa que me intriga nos homens: que prazer nefasto eles tem de nos fazer ficar apavoradas? Não sei se repararam, mas é só falar para um homem que você tem medo de algo, que ele te coloca frente a frente ao objeto do seu pavor... Claro, que existem as excessões e eu graças a providência divina, tenho a oportunidade de conviver com uma... Acho que é prêmio pelos anos e anos de medo grátis que eu passei...
Mas o curso intensivo que fiz, me gabarita pra falar sobre essas coisas que os rapazes não entendem: medo é medo mesmo, nos causa desconforto e nos deixam inseguras! Depois, a gente fica azeda e eles não entendem o motivo... É só falar que tem medo de velocidade, pros marmanjos acelerarem como se fossem tirar o pai da forca. Alguns medos, eles até entendem... ou melhor, toleram, ou ainda... eles sentem também, mas são bestas demais para admitir: barata, rato... Agora, se teu medo for de algo que eles "acham" bizarro, pobre de ti, amiga! Conheço uma que tem medo de borboleta... tem uma que tem de coruja e eu tenho dos clássicos: ratos, sapos, pererecas... tenho medo de rato porque ele pode me morder, tenho medo de sapo porque ele é feio e faz xixi nojento e de perereca... aí...porque ela pula! Acho ate a bichinha bonitinha, mas ela pula e pula. Uma vez uma pulou de dentro do vaso sanitário no meu pescoço e outra, grudou nas minhas costas enquanto eu tomava banho!!!!! Aposto que as meninas ficaram arrepiadas só de pensar... Agora, vivendo em um mundo cheio de ogros, imaginem as incontáveis vezes que eles se deram ao trabalho de pegar uma e jogar em mim quando eu não estava esperando, só pra me ver gritar histericamente...
De inseto eu não tenho, barata tenho nojo e raiva! Se tiver um homem por perto, menos meus filhos que claro, nem adianta, eu faço um escândalo, agora se for eu e ela... só uma sai viva, eu! Mato mesmo, claro que sem fazer creck... porque aquela gosminha dela é muito pior que ela... inseticida... muito, até a bicha parar de mexer aquelas perninhas horrendas! De cachorro grande, também tenho medo, fui mordida e tenho medo do que não posso controlar, por isso só tenho cachorro que tenha no máximo a altura do meu joelho.
Falando em coisas que não controlo, tem um medo que eu descobri a alguns anos atrás, apesar de conviver com ele a muito tempo; cavalo! Parece besta, mas não é. Vivendo a maior parte da vida no interior, é claro que sempre pintava um sítio no final de semana e sempre tinha um equino a me rondar. Já tentei até montar, acho super elegante, sexy... mas não dá... aquele corpão, aqueles olhões e o pior aqueles dentões que podem me morder... tentei esconder... mas a experiência que vou contar foi a gota d´água!
Uma vez, fui ao sítio de um casal de amigos fofíssimos, eles tinham uma égua que havia parido. Como eu manifestei o medo, eles resolveram me ajudar; me colocaram para acariciar a eguinha, a filhotinha, afinal, ela era mais ou menos  da altura da minha cintura. O rapaz que cuidava ficava me falando: ela é mansinha... e eu fui me soltando... Havia muitas pessoas lá e todo mundo prestando atenção em muitas coisas, nos outros cavalos, uns cavalgando, outros conversando e me vi sozinha com a cavalinha...Naqueles cercadinhos brancos, bem tradicionais...Quando dei por mim, já estava até gostando da bichinha... mas claro, ela era filhote e como todo filhote tem mãe... o pessoal se distraiu e me deixou sozinha com a filhote e a porteira do cercado, o que estava a mãe, aberta... o cercado tinha três vazados, que eu poderia pular, passar por baixo e apenas um que era a parede do curral e advinhem aonde eu estava? A eguinha de repente deu um relincho e a mamãe dela veio feito um tiro na minha direção! Fiquei tão apavorada que não consegui gritar por socorro, só pude grudar na parede e rezar para que a morte fosse rápida e indolor, olhei de canto de olho e vi a cavala (é cavala mesmo, a bicha era gigantesca!) vindo na minha direção com aquele olhão e com aquela bocarra medonha! A monstra colou a boca na minha jugular e quando eu pensei que era o meu fim, ela deu duas cafungadas bem babentas no meu pescoço! Senti aquele gelo na minha espinha... a baba veio deslizando devagar pelo meu pescoço, foi entrando no meu decote, escorrendo por entre os seios e foi parar no meu umbigo! Ahhhhhhhhhhhhh! Que horror! Quando o povo notou que eu estava muito quieta, me encontraram catatônica, grudada na parede! Mamãe e filhinha cavalas, cavalgavam felizes e eu não consegui desgrudar meus dedos da parede! Claro, pude contar com a solidariedade das minhas amigas e com as gargalhadas dos filhos da @#%¨&*X dos homens que nunca entenderão o que é medo em público...
Uma vez ouvi de um garoto bem novinho que não entende o nosso medo de inseto e eu disse a ele que os homens também tem medo de algumas coisas e ele disse que não era igual a gente, pavor de coisas minúsculas. Eu disse a ele que as coisas eram diferentes, mas o medo era o mesmo, ele duvidou, então fiz a seguinte experiência (façam em casa...) chamei um bando de meninos e disse: alguém aí já assistiu o Segredo do Brokback Moutain? Foi um coro de ganidos, urros, relinchos de pavor! Então, fofos, o mesmo sentimento que o Segredo de Brokback Moutain provoca em vocês, os insetos, batráquios e outros bichos, provocam na gente...  

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

She drives me crazy

Mulher no volante, perigo constante! Será?
O trânsito está um caos, cada vez mais carros pelas ruas, cada vez mais motoristas despreparados e o perigo são as mulheres? Segundo o Anuários Estatístico do Detran (Portal do Trânsito), 71% dos motoristas habilitados no Brasil são homens e que cada 20 motoristas que se envolveram em acidentes de trânsito, em 2008, em média, 17 foram homens e 3 foram mulheres.
Tenho habilitação a 25 anos e até o presente momento tive duas multas: uma por estacionar em local proibido; fui comprar lápis e parei em frente a papelaria, naquelas vagas que ficam em frente a loja, só que tinha uma moto e meu carro ficou um pouco, só um pouco em cima da calçada... foi o lápis mais caro do mundo. E outra por esquecer do rodizio da cidade de São Paulo, puxa... passei na ponte Eusébio Matoso faltando 15 minutos pra acabar o rodízio... Só me envolvi em um único acidente de trânsito; estava na preferencial e um motoqueiro me atingiu. Dirijo na estrada, na cidade, dia e noite e faço uma baliza como ninguém e de vez em quando ouço: essa aí dirige feito homem! A vá? Que dirijo feito homem, o que? Eu dirijo normalmente, nem feito tartaruga, nem dou uma de Fernando Alonso. Não tenho medo de trânsito, xingo caminhoneiro de palavras politicamente e civilizadamente incorretas, mas eles não ouvem... E vivo ouvindo piadinhas maldosas dos homens da minha família só porque na estrada eu ando dentro do limite permitido!!!!! 
Outro dia, fui dirigir o carro de um moço, primeiro ele me perguntou: sabe dirigir carro automático? Olhei com aquele olhar gélido, mas me contive e disse calmamente que sim. Foi só eu sair com o carro que o rapaz grudou no "puta que pariu" e não soltou mais. Ficava falando não precisa pressa, pode ir mais devagar... Que devagar? Estava andando como ando normalmente! O engraçado foi no meio do trânsito e eu costurando como de costume e ele me falou: Ah, gente tinha que ficar na faixa da esquerda, porque tínhamos que virar na próxima... E eu olhei e disse: Aqui, nessa próxima? Dei seta e fui fazendo a curva suavemente junto com os outros... Quando olhei pro lado, o cara estava quase infartado! Nem preciso dizer que nunca mais dirigi o sedã automático, agora só no bando do carona!
Claro que já fiz das minhas barbeiragens... já rasguei pneu de carro, dei totó em mureta, já fui atacada pelo monstro assassino do portão da minha casa (ele é assassino mesmo, quase todo mundo já foi atacado por ele), já fechei neguinho assim sem mais nem menos, porque estava mexendo no rádio, esse final de semana mesmo errei feio a marcha porque fui passar no sem parar... imagina: reduzir a marcha, trocar a música e desligar o ar condicionado... Muita coisa, né? Mas e daí? Acho que me permito fazer uma barbeiragem.
Sempre disse que mulheres são sempre  melhores motoristas: os homens precisam de silêncio, a gente fala, fala, fala e fala, ou eles pedem pra gente parar (teve um vez que aumentaram o volume do rádio e olha que o rapaz é um gentleman...) que eles precisam de concentração, ou então desligam o aparelho auditivo natural e não ouvem absolutamente nada do que a gente fala. Se tiver criança no carro, então... um pelamordedeus: fiquem quietinhos, papai precisa dirigir!  As mulheres, ao contrário: matraqueiam feito malucas, ouvem as fofocas quentíssimas de quem está do lado, mandam as crianças ficarem quietas, vez ou outra dão uns tabefes nas crianças, reparam na baranga com roupa ridícula que está passando, uma olhadinha discreta pro povo parado no trânsito, conseguem ver aquele pelinho que escapa do contorno da sobrancelha, tudo ao mesmo tempo e agora! E ainda dizem que a gente é perigosa... Injusto.
Mas essa fama tem as suas compensações; outro dia fui comprar umas calotas novas pro meu carrinho e veio o vendedor, claro, querendo me empurrar um jogo caríssimo de rodas de liga leve, aproveitando da minha óbvia cara de ingenuidade, falou e falou das maravilhas do jogo de rodas. Então, fiz uma cara de bem tapada, olhei bem pro moço, e soltei: Moço, se eu detono as calotas imagina o que eu num vou fazer com essas rodas? Melhor não, né? E o moço concordou. Quantas fechadas propositais não dei no trânsito paulistano; mulher, placa do interior, ou seja, os paulistanos morrem de medo! E ainda faço aquela cara de: sorry...
Tem homem que dirige bem, tem homem que dirige mal, tem mulher que dirige bem e tem umas... pelamor, que fazem nossa fama! Eu simplesmente, dirijo.
Uma vez eu ouvi que meu carro não combinava comigo (tenho uma picapinha, porque não tenho grana pra uma picapona!), que eu era toda penélope... Pois bem, sou penélope mesmo, tudo cheio de frufru, mas quando entro no carro... viro dick vigarista!

"Obladi Oblada Life goes on bra la la how the life goes on"

Como diz meu grande amigo Paul:  a vida continua, la la como a vida continua...
Sou tão fã, todo mundo sabe, que já me sinto íntima, então posso chamá-lo pelo primeiro nome. Obladi oblada, em iorubá significa: a vida continua e apesar de passar anos detestando essa música, sendo a única dos Beatles que eu nunca gostei, aprendi a admirá-la com um fantástico músico, que me disse que ela é uma delícia de tocar, então, como sou uma pessoa que gosta de conhecer as coisas, fui atrás do significado e descobri que apesar de parecer uma musiquinha bobinha, tem um significado que encaixa exatamente em alguns momentos de nossas vidas.
Assistindo ao jornal matutino, passou uma reportagem falando sobre as pessoas adultas e que moram com os pais e uma pessoa me chamou a atenção; era uma mulher que após a separação, voltou a morar com a mãe e ela disse: quando eu refizer minha vida, porque eu estou tentando refazer a minha vida, e encontrar um novo companheiro,vou sentir falta da minha mãe. Isso me fez lembrar de uma passagem de minha vida: encontrei um casal amigo do tempo em que eu era casada e a mulher me perguntou: você refez sua vida? E eu: sim. E ela: você casou de novo? E eu: não. A mulher só faltou fazer cara feia, me olhou como se eu fosse um ET, se despediu rapidamente e foi embora com cara de incrédula!
Por que será que as pessoas dependem tanto de outras para que as vidas delas caminhe? Não existe vida pós casamento? Como disse a moça da reportagem; só temos vida se tivermos alguém dia a dia em nossas vidas, será? Mesmo em sociedades mais "moderninhas", menos provincianas que as cidades do interior, as pessoas ficam buscando outras que as complete, a sua outra metade e todas essas coisas que enfiam na nossa cabeça desde crianças.
Respondendo a minha amiga, já que não tive tempo: não precisei refazer a minha vida, porque ela não foi desfeita, simples assim! Minha vida em comum com outra pessoa, acabou, mas o amor não! Ele se transformou, tive dois filhos maravilhosos, meus verdadeiros tesouros, o saldo foi positivo. E não é justo dizer que meu casamento não deu certo. Deu e muito; construímos muitas coisas juntos, criamos dois homens fortes, decentes, verdadeiros e honrados, tivemos muitos momentos bons e felizes, muitas risadas, muitas lembranças incríveis, aprendi muito e acho que ensinei também, mas como tudo tem seu prazo de validade, o nosso expirou e apesar das farpas que trocamos as vezes, tudo da boca pra fora, por dentro temos carinho e respeito um pelo outro, não existe ódio.
Claro, que brigas acontecem, porque seres humanos são dotados da capacidade de arrumar briga por causa de nada, pense bem: todas as brigas são por motivos absolutamente inúteis. Quando o Absoluto nos criou, nos deu o livre arbítrio e... a capacidade de arrumar confusão, para ver se temos a habilidade de sair delas e com diz o pai dos meus filhos: o ser humano é uma maquininha de fazer problema, sabiamente!
Tem um livro muito legal: o Livro da Bruxa (Roberto Lopes), que não tem nada dessas baboseiras de pseudo bruxaria  que vemos por aí. É um diálogo entre um médico e sua paciente, uma idosa que vai falando sobre as coisas simples da vida e tem uma passagem que ela fala das verdadeiras bruxas; aquelas mulheres fortes, independentes (as pessoas acham que ser independente é ninguém pagar suas contas, na verdade é não precisar das pessoas), que buscam se conhecer bem e evitar cair em armadilhas criadas por elas mesmas, e que elas são temidas, no geral as pessoas morrem de medo desse poder chamado auto suficiência, e isso não tem nada a ver com arrogância e prepotência. É apenas a capacidade de conviver consigo mesmo, sem depender do outro. Uma pessoa auto suficiente, admira o outro, aprecia o outro, preza a companhia do outro, mas não precisa do outro.
Claro que não espero que todas as pessoas entendam, na idade média as mulheres eram queimadas por serem auto suficientes e hoje a sociedade queima na fogueira das vaidades, ces´t la vie. Já briguei muito, hoje a idade me levou algumas coisas, mas em contrapartida me deu outras, uma delas a paciência e a resiliência, portanto, não me considero uma Bruxa completa, mas estou a caminho...
É muito bom estar com alguém de quem se gosta... mas não sempre, que atire a primeira pedra quem nunca quis que seu namorado, marido, ficante e etc, morresse subitamente...
Acho que casamento é muito legal, em alguns o prazo de validade é mais longo que a vida de quem está nele e as pessoas podem ser felizes... O importante é não achar que a felicidade depende do outro.
E é isso, obladi oblada! Não tenho medo de ficar sozinha, tenho medo de ser esquecida... isso sim seria uma vida desfeita...

PS - o outro lado desse compacto é While my guitar gently weeps!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Era uma vez...


Uma mocinha magrinha como as top models, saudável como uma atleta, delicada como uma florzinha, que sabe artes marciais, ou melhor, MMA (mixed martial arts): kung fu, karv magá, jiu jitsu, muay tai, boxe, tudo junto, também é uma excepcional estrategista, esgrimista, amazona e com um fantástico senso de humor...
Essa é a cara das novas Brancas de Neve que andaram pelos cinemas ultimamente. E esse é o perfil da maioria das heroínas das novas versões dos filmes clássicos. Não, elas não querem mais serem salvas pelos cavaleiros...
Ultimamente tenho notado que tantos nossos cinemas quanto nossas emissoras de tv estão sendo invadidas por filmes e séries que revisam os contos de fadas que acostumamos a ouvir quando somos crianças. Grimm, Once upon a time, tem disputado espaço com os filmes e séries sobre vampiros e zumbis. Mas porque será que isso acontece? Tenho uma teoria para isso; em um mundo onde a fantasia e a beleza das coisas simples são substituídas por um excesso de realidade fabricada e uma pseudo criatividade, todo mundo quer um pouco de sonho, não o de padaria porque engorda, mas aquele que nos tira do dia a dia meio triste que nos cerca. Não há espaço para as mocinhas indefesas. As mulheres precisam ser multifacetadas (que palavrão horroroso), precisam ser super eficientes, incrivelmente lindas, fantasticamente sedutoras, mães primorosas , amantes fenomenais, poliglotas e pasmem, bem resolvidas. E onde arrumam tempo para se resolverem se precisam dia a pós dia, salvar o mundo de uma catástrofe? Não se resolvem. Simples assim. Não sobra tempo! temos que viver nesse mundo cruel e competitivo.
Conheço tantas mulheres maravilhosas, mas que no fundo escondem uma fragilidade que não querem que ninguém veja. É quase um pecado ser frágil. Não que os homens não tenho suas fragilidades, mas desde que o mundo é mundo, nós mulheres temos como característica a fragilidade, fragilidade não é fraqueza, que fique bem claro, somos muito fortes, que eu saiba nenhum homem é capaz de dar a luz a um bebê, eles ficam doentes, quase morrendo, por qualquer coisinha, enquanto nós temos parido a milênios, mesmo aquelas que tem ajuda da medicina, depois precisam lidar com  as consequências de uma cirurgia e ainda cuidar do filhote. Apesar de tudo, sempre tivemos a nosso favor aquela delicadeza, meiguice, mimimis  e outros frufrus que são só nossos. Muito me entristece ver mulheres com comportamentos puramente masculinos; palavrão, grosserias, agressividade. Meninas, isso não é para nós! Posso estar errada, mas tem coisas que não combinam. Houve um tempo em que eu até dava uma de fortona, queria fazer as coisas que eu nem podia, agora, prá quê? Outro dia, furou o pneu do meu carro, claro que eu sei trocar pneu, mas até parece que eu ia estragar a minha unha! Frescura? Nada, economia; manicure está muito caro!
E os homens nos tratam como? Como deixamos! Vejo os caras sendo uns idiotas garotas, por que? Porque elas deixam! tem muita mulher, pouco homem e a concorrência feroz, mas e daí? Precisa ficar com cara de desesperada, precisa sair como se fosse a última noite de sua vida? Não...
precisamos gostar um pouco mais de nós, gostar mais de quem nós somos, mesmo nossas imperfeições podem ser aliadas, usar a arte do ilusionismo: mostrar o que temos de melhor e esconder o que tem que ser escondido... Nos amar é nos aceitar, que adianta a moda ser loura se nasci com os cabelos pretos e meu tom de pele nunca ficará bem com cabelo loiro? Que adianta se a moda é vestido colado, se a maioria de nós (tirando as adolescentes e plastificadas) tem contornos que deseja esconder. Sofrer por isso? Nada! E tem mais, ao renegarmos nosso biotipo, renegamos gerações e gerações de nossa família, de nossos antepassados. 
Enfim, estou cheia de super heroínas nos filmes e mulheres de mentira na vida real... 
espelho, espelho meu, existe alguém mais boba do que eu?

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

In her shoes

Sapatos, sapatos e mais sapatos! O que acontece com as mulheres quando elas querem um sapato?
É um vício? É uma necessidade? Vaidade? Sei lá! Só sei que não conheço uma única mulher que não goste de sapato!
No geral as mulheres gostam de comprar, qualquer coisa, roupa, cosmético, lingerie, bolsa, mas quando o assunto é sapato, as coisas tomam outra proporção. Chegamos a comprar sapato que sabemos que vamos usar pouquíssimo ou então, não  vamos usar! Mas a gente compra mesmo assim.
Vou contar uma historinha que ilustra bem:
No caminho de casa para o trabalho tinha um outlet de sapato, paraíso das mulheres deprimidas, como mulher vive deprimida, paraíso! Imagina o que é sair estressada do trabalho e ver o estacionamento fervilhando de mulher... Impossível não dar uma paradinha... Só para olhar (mentira descarada!), dentro da loja, aquela loucura de mulher ensandecida! Quem já foi num outlet sabe muito bem que é aquela confusão: os sapatos ficam em prateleiras, separados por numeração e claro, que vira uma bagunça, quando você acha o seu número e o sapato que você gosta, cadê o outro pé? Pois bem, você entra e nem sabe realmente o que quer, fica olhando, olhando e imaginando o que cada um daqueles modelos está lhe dizendo: conforto, beleza, luxúria... Enfim, cada um berrando uma coisa! No meio do caos, um sapato preto, altíssimo, que berrava e berrava, infelizmente, um número a mais, mas como pé de mulher não tem tamanho, dizem que é pé de pobre, mas não é não, é pé de mulher; quem nunca espremeu o pé em um número menor ou colocou uma palmilha porque adorou o sapato e não tinha seu número, que atire a primeira pedra!
Farei uma pausa para falar de vendedor de loja de calçado: por que será que a  criatura te traz um número que não é o seu e as vezes nem é o modelo que você escolheu? Aquele ali, preto, número 36... depois de uns minutos, vem o vendedor com uma pilha imensa, dizendo, 36 não tem, só 35 e 38! E pra quê aquele monte de caixa, se em nenhuma tem o seu número? Num dia de TPM eu já disse: nem se dê ao trabalho de abrir nenhuma, eu falei 36, preto, se não tem, era mais melhor me dizer: Não tem! Depois me arrempi, coitado do moço, ele vive de comissão.
Voltando a história: o sapato preto altíssimo lá na prateleira, me olhando, a autoestima baixinha naquele dia, peguei só pra pra dar uma olhadinha... Quando sentei no pufe para experimentar, ouvi: Noooooooossa, que lindooooooo! Moça, que número é? Tem mais um? É  37 e este é o único!
De repente, senti um olhar me fulminando! Você  vai experimentar? A moça me disse. E eu tomada pelo absoluto instinto de sobrevivência e competição natural, em um mundo onde só os fortes sobrevivem, disse um sim triunfante, personificando a rainha má, que vive dentro de toda mulher... Só faltei rosnar para a moça. Coloquei no pé, apertei bem a fivela, fiquei de pé como se eu fosse a mais espetacular dentre as criaturas, todas, todas, não só a moça que também o queria, mas a vendedora e todas as que estavam a minha volta, me olharam com inveja. Couro preto, discreta plataforma, salto altíssimo e finíssimo, sola vermelha, numa clara referência à  Christian Louboutin... Senti que minhas pernas eram dois pilares gregos sustentando a maravilha da construção da natureza: eu! A moça que queria o sapato, me perguntou? E aí, vai levar, se você não levar, eu levo! Apesar de ser um número maior, ninguém precisava saber, fiquei dizendo pra mim mesma que era só colocar uma palmilha, afinal aquela plataforma poderia dar uma certa estabilidade ao andar e aquele blabla todo interno que fazemos quando queremos nos convencer de algo que nós sabemos o final. Mais uma vez, a rainha má falou: Vou! e fui para o caixa, desfilando a maravilha em minhas mãos e me sentindo superior as outras...
Na mesma noite, sedenta por mostrar minha conquista as outras da minha espécie, claro porque só mulher repara em sapato, homem nem presta a atenção, fui a uma disco me exibir... Ao final de horas de dança... não sentia mais meus dedos, tive a impressão que a minha unha ia cair e acho que ela até mudou de cor, depois disso e nunca mais se recuperou, só não fiquei descalça porque sou nojenta demais... Na casa da minha amiga, afetada pela dor e um pouco de álcool, comecei a choramingar e a dizer que ia jogar a coisa (agora, virou coisa...) pela janela e claro que fui impedida pelas minhas queridas amigas, uma delas até queria ficar com ele, mesmo sem servir (não falei que pé de mulher não tem tamanho?), coisa que ela negará até a morte!
Enfim, quando voltei a razão, percebi que comprei o sapato por puro senso de competição, só para não deixar a outra moça levar o sapato! Ridículo, claro, mas é verdade! Eu estava, tristonha e meio deprê e aquele sapato, momentaneamente, me fez sentir melhor. O duro foi o day after! A dor, as bolhas, ou a vergonha? O sapato era lindo, mas nem era meu estilo... Acabei dando para alguém que ia aproveitar mais... Ainda bem que nós somos solidárias nesse ponto: ultimamente, fizemos um rodízio de sapatos entre amigas.
Esse é um exemplo do que um sapato é capaz de provocar, mais que qualquer objeto feminino os instintos mais primitivos, mas também provoca bem estar, felicidade, tenho muitos pares de sapato e a maioria me faz muito feliz. Para o sapato não importa se estamos acima do peso, se o pé não é tão bonito, é só escolher um modelo que esconde suas imperfeições, existem botas, scarpins, peeptoes, sandálias, sapatilhas, sapatos boneca, tamancos para todos os tipos, estilos e formas. Um sapato é capaz de mudar nosso eixo, nos fazer caminhar diferente, olhar o mundo de cima, ou nos igualar se formos baixinhas, uma roupinha básica, pode mudar totalmente, dependendo do sapato.
É tão importante, que em inglês  expressão: In her shoes, significa a seu modo, do seu jeito. Coloquei o trailer do filme In her shoes, porque é lindo, emocionante, fala do relacionamento de mulheres, tem muitos sapatos (a cena que a Toni Collete vai ao casamento com o salto do sapato quebrado, diz tudo, a vida dela estava uma porcaria, mas ela só se deu conta ao sair de casa com o salto quebrado! Ah, e aparece um closet de sapato que até a Carrie Bradshaw sonharia.
Claro que não espero que os homens entendam isso, afinal, eles podem ter somente dois pares, mas tenho certeza, absoluta, que todas nós já sonhamos como nosso sapato de cristal, um simbolo metafórico da felicidade suprema, já fomos rainhas más e já compramos sapato  porque ele era lindo, mesmo sem servir...
Se uma parte do nosso DNA é compartilhado com quase todas as espécies, nós mulheres temos muito em comum com as centopeias!
E por último uma constatação: sapato é como homem, se for bonito, vai te machucar! E beleza não combina com conforto, acostumem-se.
Garotas, deixem de timidez e deixei um comentário contando uma experiência com sapato. Poxa, vocês vão me deixar passar ridículo sozinha? Estou esperando...

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

" E faço novas todas as coisas" e as nãocoisas!

Primeiro: sou assim mesmo, de repente me dá um cinco minutos e desembesto a escrever sem parar. Hoje, é um desses cinco minutos.

Todo mundo sabe que eu adoro um brechozinho e sou famosa por adorar uma velharia. Adoro reformar roupa e coisas em geral. Acho que porque sou meio metida a besta e gosto de coisas que ninguém tem, só eu, então eu faço, reformo ou restauro!
Ultimamente tenho me divertido restaurando móveis usados. Os antigos diziam que quando a pessoa não tem parada, é irriquieta  e fica procurando o que fazer, é porque está com bicho carpinteiro*. Na verdade, as vezes, eu tenho bicho bordadeiro, outras bicho costureiro, já aconteceu bicho tricoteiro e ultimamente tenho estado com Bicho Marceneiro!
É muito legal pegar um móvel bem maltrado, a venda no Mercatudo André Luiz (paraíso) e dar um up grade! Agora posso dizer que tenho a sala de jantar dos meus sonhos, está tudo com a minha cara!
Mas da onde será que vem essa vontade de restaurar coisas? Quanto mais experiente, mais detalhes a gente percebe de si mesma. Então, percebi que todas as vezes que fico triste, decepcionada, magoada, sou acometida por um desses bichos. Fiquei bem magoada ultimamente e o que melhor que uma coisa bem difícil de fazer pra curar as mágoas? Afinal, os móveis (madeira, minha favorita; embuia) são pesados, lixar cansa e suja muito, já aconteceu de fazer uma coisa e precisar desfazer e assim vou gastando os sentimentos ruins que as vezes me atacam.
Enquanto torno uma coisa feia e sem graça, suja e desgastada em algo bonito de novo, vou renovando meus sentimentos. Outro dia, até escrevi versinhos e publiquei no Facebook:

Restauração.

Restaura-se móveis velhos, usados e esquecidos

Lixa, parafusa, cola, pinta, encera.
Enquanto a lixa retira os anos de verniz esquecido
tira também as mágoas que ficam grudadas
Enquanto se parafusa a porta caída
Aperta a esperança de que tudo vale a pena
Enquanto a tinta cobre delicadamente as falhas da madeira
Suavemente tudo que ficou feio e triste, renasce

Enquanto a cera devolve a vida a madeira julgada morta
A beleza das coisas simples se mostra.
E assim faço novas as coisas
O que era feio, velho e esquecido,
se torna belo, importante e vivo.
O que estava triste, apagado e ferido,
se torna forte, esperançoso e novo...
de novo.

Mas eu não gosto só de restaurar móveis, roupas e coisas. Gosto também de restaurar as nãocoisas, ou seja, as gentes. Gosto também das pessoas complicadas, meus melhores amigos, tem sempre muitos dilemas na cabeça. Quando eu estava professora, eu gostava muito mais dos alunos problemáticos, ainda gosto! Tenho a impressão que essas pessoas que o mundo rotula, são tão mais interessantes, tem sempre algo por trás de um monte de conflitos, vai ver por isso resolvi me dedicar a estudar a cuca... As vezes, eu consigo ajudar alguém a se restaurar, porque diferente das coisas, as nãocoisas é que tem que se restaurar sozinhas, com ajuda, mas sempre por elas mesmas, não dá pra lixar e envernizar um coração partido. Nem sempre dá certo, as nãocoisas são muito complicadas. O que importa, é o fazer, assim como os móveis, quando a gente raspa a tinta que está por cima, tem sempre uma surpresa, muitas vezes é agradável!
Enquanto restauro as coisas e ajudo as nãocoisas, vou me restaurando internamente. Aquele momento triste, passa a ser um momento criativo e que dá frutos agradáveis, pelo menos aos meus olhos... Ah, tem gente que detesta minhas obras de arte, e daí? Não pra agradar ninguém...
tem uma peça que está dando um trabalhão, faz duas semanas que trabalho nela, claro que não posso me dedicar, tenho outras coisas a fazer, comecei com uma idéia e acabou tomando um rumo totalmente diferente... Acredito que essa peça é o simbolo da transmutação, enquanto eu tiver um pingo de mágoa, ela não ficará pronta... Ela está quase... No sábado, estará na minha sala e eu estarei nova.
Claro que eu sei que nem todo mundo tem jeito pra essas coisas, mas fica a dica: quando estiverem magoados, procurem algo que lhes dê prazer para fazer, geralmente, algo simples, a felicidade está sempre nas pequenas coisas, a mágoa passa mais de pressa.
Essa frase que dá nome ao post, saiu do livro do Apocalipse de São João, capítulo 21, versículo 5. Não sou religiosa, mas tenho muita fé e leitura sempre faz muito bem, vale a pena dar uma lida...
PS - *bicho carpinteiro = de onde vem essa expressão? Isso sempre me intrigou. Pesquisando, descobri que na verdade os antigos diziam que a pessoa irriquieta parecia estar com bicho no corpo inteiro e com o tempo foram juntando e virou bicho carpinteiro! Tem mais lógica!

A time it was. It was a time. A time of innocence...

Hoje acordei nostálgica...
Nem sei o que fez lembrar dessa história toda, me deu um misto de tristeza e felicidade. Vou contar a vocês.
Fui uma garota muito moleca, minhas referências eram sempre masculinas, talvez a falta da minha mãe, a convivência forte com meus irmãos, não sei, mas o fato que eu gostava do mundo dos meninos, não dos meninos, eu achava eles meio burros, mas do mundo deles. Parecia sempre muito mais divertido. Eu vivia escutando, como toda boa menina do interior, as coisas que eu tinha que aprender, que não ficava bem correr por aí, de ter o cabelo todo desgrenhado, brincar de polícia e ladrão, sujar toda a minha roupa, subir em árvore... Essas coisas que os meninos podiam fazer.
Até por volta dos 12 anos, eu não tinha noção do tamanho que eu estava, praticamente do tamanho que sou hoje, enorme 1,62m! Muito menos, tinha noção do meu corpo. De repente, dois aliens começaram a brotar no meu tórax e começaram a reparar. Por as pessoas tem que ser tão enxeridas? E daí que a menina está virando mocinha e nascendo peitinho? Acho que ouvir isso foi uma das piores coisas que me aconteceu. Comecei a usar duas camisetas, de preferência bem larga! Felizmente, eu herdava umas roupas do filho francês do chefe do meu pai, que era menino, então não era tão difícil assim.Estava maior que todo mundo da rua, os pirralhos dos meus irmãos e vizinhos. No sábado, a gente brincava na rua, a minha única amiga menina, a Lu, era como eu, do mesmo tamanho e pensava igual... Nós eramos as rainhas do pedaço, quem decidia a brincadeira, eramos nós! Quem não estivesse de acordo, levava uma baita porrada! Era o máximo! Quando chovia, a gente brincava de stop ou killer (esse jogo é super!!!!!!!), mas quando estava sol, a gente ia no jardim público e brincava de polícia e ladrão! O legal era ser ladrão! Como eu e a Lu mandávamos, a gente nunca era polícia e os pirralhinhos quase nunca nos pegavam! Tinha um vizinho, que tinha um ano a menos que eu, ele brincava mais com meus irmãos, mas vivia comigo também, tadinho do moleque, tomou muita porrada, botinada e beliscão de mim... Que pecado! Eu era revoltada mesmo e o menino era uma mala, bonitinho, loirinho, depois virou corredor de motocross e claro, ficou muito maior que eu, mas naquela época, tamanho era tudo, eu era maior e ele menor!
Certo dia, estavamos brincando de polícia e ladrão e claro ninguém me pegava. Estava escondida embaixo do coreto, vendo de longe a correria das outras crianças, me divertindo com a incompetência dos outros. Do nada, o Jorge, esse era o nome dele, aproveitando seu tamanho, deu um pulo e me deu um agarrão, gritando: tá presa, tá presa! Ele me agarrou pelas costas, traiçoeiro! Mas o pior não foi ser descoberta, o pior foi que o garoto meteu a mão nos meus peitos e na ansiedade da brincadeira, nem se deu conta. Tive a impressão que o mundo começou a andar na super câmera lenta, ai Deus... Eu não queria que ninguém soubesse, não queria que eles me vissem diferente, para meus amigos e irmãos, eu era extamente igual... mas não era mais... eu estava diferente, nem a Lu estava igual a mim... No meio do desespero, dei um grito que saiu lá de dentro e olhei pro garoto com olhar de total agonia, até aquele momento, ele não tinha se dado conta, ele só estava brincando comigo, de início, acho que ele pensou que fosse levar mais um tabefe, mas meu grito foi tão apavorante que ele percebeu que tinha descoberto algo muito importante sobre mim. De início, ficamos nos olhando assustados. Depois, saí correndo pra casa, chorando. estava tão suja de brincar que minhas lágrimas lamecaram meu rosto. Me tranquei no banheiro e praguejei até ver se a boca fica torta, era isso que diziam que acontecia com crianças malcriadas e que falam palavrão. Mas a boca não ficou, antes tivesse ficado, muito pelo contrário, percebi que ela tinha ficado com contornos diferentes, todo o meu corpo, estava diferente, com contornos diferentes...
Foi aí que eu descobri que eu estava realmente virando mocinha, demorou um pouco para menstruar e abandonar de vez os shorts, os tênis Bamba e as camisetas, mas comecei a ver o mundo com outros olhos. Meus dias de polícia e ladrão acabaram, como disseram meus irmãos e amigos, fiquei chata, só queria ficar em casa e de preferência, sozinha, nada mias tinha graça. Tive que começar a usar soutien, um caso delicado que eu conto em outra oportunidade, enfim, adolesci.
Quanto ao meu amiguinho Jorge, nunca mais nos falamos, acho que ficou tão constrangido que apagou da memória. Continuamos a morar na mesma rua, mas nunca mais brincamos, ele foi para outro colégio, deixou de ser amigo dos meus irmãos...
Foi uma experiência apavorante, porém incrível, mas de 30 anos se passaram e hoje eu lembrei como se fosse ontem. Talvez minha memória tenha me pregado uma peça, certamente foi menos romântico que o descrito, usei a minha liberdade poética, para recontar um momento conflitante na vida de toda mulher: se tornar mulher! E como é complicado e maravilhoso ao mesmo tempo. Hoje, ainda gosto do mundo dos meninos, de futebol, de motocicleta, de motor de carro, de ferramenta, tive dois meninos que adicionaram uma pitada de encantamento maior ao mundo dos garotos. Mas eu gosto de ser mulher, também aprendi a gostar de coisas bem femininas, aliás, dizem que ninguém é mais que eu... Gosto do contraste...
Pra fechar a tarde, acho que essa trilha sonora combina:
Bookeds - Simon & Garfunkel
A time it was
It was a time
A time of innocence
A time of confidences

Long ago it must be
I have a photograph
Preserve your memories
They're all that's left you

Dilema...


Depois de um silêncio que durou anos, resolvi voltar a ativa. Afinal, escrever sempre foi um grande prazer.
Resolvi voltar ao mundo dos blogs falando justamente do que dá nome ao blog: Dilema.
Para começar, vamos definir:  "Dilema é um problema que oferece duas soluções, sendo que nenhuma das quais é aceitável."
Pois é, a vida está cheia de dilemas: fico na cama mais um pouco e me atraso, ou levanto na hora e passo o dia cansada? Só pra começar. Desde a hora que abrimos nossos olhos, somos obrigados a tomar decisões e a cada tomada de decisão, uma consequência. No mundo moderno, onde cada vez menos as pessoas pesnam nas consequências, tomar decisões se torna cada vez mais difícil.
Enquanto olhamos as duas possibilidades, as vezes mais, temos a oportunidade de vagar livremente através das possibilidades, mas no exato momento da decisão, somos forçados a conviver com ela. Só somos verdadeiramente livres enquanto estamos deliberando, refletindo para a tomada de decisão, uma vez tomada nos tornamos escravos de nossa escolha. E assim é.
Quantas vezes nos arrependemos de uma decisão tomada... E se eu tivesse ido, e se eu tivesse dito sim, e se eu tivesse dito não? Como saber? Não sabemos, muitas vezes não dá para tomar decisões baseadas apenas na razão, muitas vezes temos que seguir nossos institintos primários de alimentação, de proteção, de procriação, ou simplesmente, seguir o coração. O que é certo é que dilemas sempre existirão, a melhor forma de lidar com eles é aceitá-los e tomar a melhor decisão possível. Algumas vezes, vamos nos arrepender, outras não. Algumas vezes nos arrependemos momentaneamente, para tornar a confirmar e vice versa.
Para entretê-los vai aí um dilema filosófico moderno:
O dilema do prisioneiro
Dois suspeitos, A e B, são presos pela polícia. A polícia tem provas insuficientes para os condenar, mas, separando os prisioneiros, oferece a ambos o mesmo acordo: se um dos prisioneiros, confessando, testemunhar contra o outro e esse outro permanecer em silêncio, o que confessou sai livre enquanto o cúmplice silencioso cumpre 10 anos de sentença. Se ambos ficarem em silêncio, a polícia só pode condená-los a 6 meses de cadeia cada um. Se ambos traírem o comparsa, cada um leva 5 anos de cadeia. Cada prisioneiro faz a sua decisão sem saber que decisão o outro vai tomar, e nenhum tem certeza da decisão do outro. A questão que o dilema propõe é: o que vai acontecer? Como o prisioneiro vai reagir?
E aí, o que você faria?