O que passa na minha cabeça

Toda mulher, desde que se entende como gente, vive dilemas. Algumas encaram esse dilema eterno com amargura, tristeza, depressão... Outras, com bom humor. E encarar a vida com bom humor é um santo remédio pra rugas! Aqui vou escrevendo as coisas que vou vendo por aí, conto algumas experiências minhas, experiências de minhas amigas, amigos... Claro, sempre preservando a intimidade, algumas coisas que conto não aconteceram bem assim, mas poderiam ser... Enfim, realidade e ficção... São duas possibilidades e ai tem mais um dilema: A vida imita a arte ou vice versa?
Como escrevo numa paulada só, ou seja, sento , escrevo e publico, as vezes engulo uma letra, repito uma palavra. Acabo não fazendo correção do texto por medo de perder a espontaneidade. Então, perdoem meus pequenos errinhos, podem até me mandar um comentário mostrando. Espero que todos se divirtam aqui.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

In her shoes

Sapatos, sapatos e mais sapatos! O que acontece com as mulheres quando elas querem um sapato?
É um vício? É uma necessidade? Vaidade? Sei lá! Só sei que não conheço uma única mulher que não goste de sapato!
No geral as mulheres gostam de comprar, qualquer coisa, roupa, cosmético, lingerie, bolsa, mas quando o assunto é sapato, as coisas tomam outra proporção. Chegamos a comprar sapato que sabemos que vamos usar pouquíssimo ou então, não  vamos usar! Mas a gente compra mesmo assim.
Vou contar uma historinha que ilustra bem:
No caminho de casa para o trabalho tinha um outlet de sapato, paraíso das mulheres deprimidas, como mulher vive deprimida, paraíso! Imagina o que é sair estressada do trabalho e ver o estacionamento fervilhando de mulher... Impossível não dar uma paradinha... Só para olhar (mentira descarada!), dentro da loja, aquela loucura de mulher ensandecida! Quem já foi num outlet sabe muito bem que é aquela confusão: os sapatos ficam em prateleiras, separados por numeração e claro, que vira uma bagunça, quando você acha o seu número e o sapato que você gosta, cadê o outro pé? Pois bem, você entra e nem sabe realmente o que quer, fica olhando, olhando e imaginando o que cada um daqueles modelos está lhe dizendo: conforto, beleza, luxúria... Enfim, cada um berrando uma coisa! No meio do caos, um sapato preto, altíssimo, que berrava e berrava, infelizmente, um número a mais, mas como pé de mulher não tem tamanho, dizem que é pé de pobre, mas não é não, é pé de mulher; quem nunca espremeu o pé em um número menor ou colocou uma palmilha porque adorou o sapato e não tinha seu número, que atire a primeira pedra!
Farei uma pausa para falar de vendedor de loja de calçado: por que será que a  criatura te traz um número que não é o seu e as vezes nem é o modelo que você escolheu? Aquele ali, preto, número 36... depois de uns minutos, vem o vendedor com uma pilha imensa, dizendo, 36 não tem, só 35 e 38! E pra quê aquele monte de caixa, se em nenhuma tem o seu número? Num dia de TPM eu já disse: nem se dê ao trabalho de abrir nenhuma, eu falei 36, preto, se não tem, era mais melhor me dizer: Não tem! Depois me arrempi, coitado do moço, ele vive de comissão.
Voltando a história: o sapato preto altíssimo lá na prateleira, me olhando, a autoestima baixinha naquele dia, peguei só pra pra dar uma olhadinha... Quando sentei no pufe para experimentar, ouvi: Noooooooossa, que lindooooooo! Moça, que número é? Tem mais um? É  37 e este é o único!
De repente, senti um olhar me fulminando! Você  vai experimentar? A moça me disse. E eu tomada pelo absoluto instinto de sobrevivência e competição natural, em um mundo onde só os fortes sobrevivem, disse um sim triunfante, personificando a rainha má, que vive dentro de toda mulher... Só faltei rosnar para a moça. Coloquei no pé, apertei bem a fivela, fiquei de pé como se eu fosse a mais espetacular dentre as criaturas, todas, todas, não só a moça que também o queria, mas a vendedora e todas as que estavam a minha volta, me olharam com inveja. Couro preto, discreta plataforma, salto altíssimo e finíssimo, sola vermelha, numa clara referência à  Christian Louboutin... Senti que minhas pernas eram dois pilares gregos sustentando a maravilha da construção da natureza: eu! A moça que queria o sapato, me perguntou? E aí, vai levar, se você não levar, eu levo! Apesar de ser um número maior, ninguém precisava saber, fiquei dizendo pra mim mesma que era só colocar uma palmilha, afinal aquela plataforma poderia dar uma certa estabilidade ao andar e aquele blabla todo interno que fazemos quando queremos nos convencer de algo que nós sabemos o final. Mais uma vez, a rainha má falou: Vou! e fui para o caixa, desfilando a maravilha em minhas mãos e me sentindo superior as outras...
Na mesma noite, sedenta por mostrar minha conquista as outras da minha espécie, claro porque só mulher repara em sapato, homem nem presta a atenção, fui a uma disco me exibir... Ao final de horas de dança... não sentia mais meus dedos, tive a impressão que a minha unha ia cair e acho que ela até mudou de cor, depois disso e nunca mais se recuperou, só não fiquei descalça porque sou nojenta demais... Na casa da minha amiga, afetada pela dor e um pouco de álcool, comecei a choramingar e a dizer que ia jogar a coisa (agora, virou coisa...) pela janela e claro que fui impedida pelas minhas queridas amigas, uma delas até queria ficar com ele, mesmo sem servir (não falei que pé de mulher não tem tamanho?), coisa que ela negará até a morte!
Enfim, quando voltei a razão, percebi que comprei o sapato por puro senso de competição, só para não deixar a outra moça levar o sapato! Ridículo, claro, mas é verdade! Eu estava, tristonha e meio deprê e aquele sapato, momentaneamente, me fez sentir melhor. O duro foi o day after! A dor, as bolhas, ou a vergonha? O sapato era lindo, mas nem era meu estilo... Acabei dando para alguém que ia aproveitar mais... Ainda bem que nós somos solidárias nesse ponto: ultimamente, fizemos um rodízio de sapatos entre amigas.
Esse é um exemplo do que um sapato é capaz de provocar, mais que qualquer objeto feminino os instintos mais primitivos, mas também provoca bem estar, felicidade, tenho muitos pares de sapato e a maioria me faz muito feliz. Para o sapato não importa se estamos acima do peso, se o pé não é tão bonito, é só escolher um modelo que esconde suas imperfeições, existem botas, scarpins, peeptoes, sandálias, sapatilhas, sapatos boneca, tamancos para todos os tipos, estilos e formas. Um sapato é capaz de mudar nosso eixo, nos fazer caminhar diferente, olhar o mundo de cima, ou nos igualar se formos baixinhas, uma roupinha básica, pode mudar totalmente, dependendo do sapato.
É tão importante, que em inglês  expressão: In her shoes, significa a seu modo, do seu jeito. Coloquei o trailer do filme In her shoes, porque é lindo, emocionante, fala do relacionamento de mulheres, tem muitos sapatos (a cena que a Toni Collete vai ao casamento com o salto do sapato quebrado, diz tudo, a vida dela estava uma porcaria, mas ela só se deu conta ao sair de casa com o salto quebrado! Ah, e aparece um closet de sapato que até a Carrie Bradshaw sonharia.
Claro que não espero que os homens entendam isso, afinal, eles podem ter somente dois pares, mas tenho certeza, absoluta, que todas nós já sonhamos como nosso sapato de cristal, um simbolo metafórico da felicidade suprema, já fomos rainhas más e já compramos sapato  porque ele era lindo, mesmo sem servir...
Se uma parte do nosso DNA é compartilhado com quase todas as espécies, nós mulheres temos muito em comum com as centopeias!
E por último uma constatação: sapato é como homem, se for bonito, vai te machucar! E beleza não combina com conforto, acostumem-se.
Garotas, deixem de timidez e deixei um comentário contando uma experiência com sapato. Poxa, vocês vão me deixar passar ridículo sozinha? Estou esperando...

Um comentário:

  1. que máximo! e quem já não passou por isso?? confesso que comigo foi com uma bolsa, tão ridícula que nunca vou usar, mas que não deixei para aquela baranga que queria tomar da minha mão... ah, não deixei mesmo.

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