O que passa na minha cabeça

Toda mulher, desde que se entende como gente, vive dilemas. Algumas encaram esse dilema eterno com amargura, tristeza, depressão... Outras, com bom humor. E encarar a vida com bom humor é um santo remédio pra rugas! Aqui vou escrevendo as coisas que vou vendo por aí, conto algumas experiências minhas, experiências de minhas amigas, amigos... Claro, sempre preservando a intimidade, algumas coisas que conto não aconteceram bem assim, mas poderiam ser... Enfim, realidade e ficção... São duas possibilidades e ai tem mais um dilema: A vida imita a arte ou vice versa?
Como escrevo numa paulada só, ou seja, sento , escrevo e publico, as vezes engulo uma letra, repito uma palavra. Acabo não fazendo correção do texto por medo de perder a espontaneidade. Então, perdoem meus pequenos errinhos, podem até me mandar um comentário mostrando. Espero que todos se divirtam aqui.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Mofo deu...

Quem é que nunca comprou uma coisa sabendo lá no fundo que nunca ia usar, que atire a primeira pedra!
Quem sempre, apesar de comprar muita coisa, tem a sensação que nunca tem roupa? Quem tem no armário peças que só usaram uma única vez?
Pois é, queridas... todas nós somos exatamente iguais! Tirando uma ou outra mais ajuizada... o resto é louca e desvairada mesmo... pros homens a vida é mais simples.
Por que andei pensando nessas coisas? Um início de ano ultra acelerado no trabalho, muito chuvoso, faz a gente ficar pensando sobre questões existenciais. Então, essa chuvarada toda fez a maioria das minhas roupas mofar! Mofou quase tudo, vestido, jaqueta, casaco, cinto, bolsa e sapatos... Putz, esses mofaram pra caramba! E olha que eu sou uma bem aventurada dentre as mulheres, afinal eu tenho um closet (básico, pequeno, simplezinho, mas é um closet!) e um super armário embutido de parede inteira! Ou seja, espaço é o que não me falta, mas será que não me falta? Falta e muito! Ai cheguei a simples conclusão que tenho um excesso de coisas que beira a doença! Tive que tirar tudo e colocar pra tomar ar... aí eu vi que a quantidade de coisas chega a ser vergonhosa! É capaz da população inteira de um país do terceiro mundo ter menos coisas... Que vergonha!
E apesar de todo esse senso de respeito aos recursos naturais, esse meu discurso ecocorreto, como é que eu caio nessa?
Poderia eu ficar horas e horas debatendo causas filosóficas para esse meu consumismo selvagem, mas na verdade é porque eu sou boba mesmo... a moda me seduz! E moda é uma coisa besta, e mesmo sabendo disso, lá vou eu gastar meu suado e escaço dinheirinho, nas últimas tendências!
Me espantei outro dia, comigo comprando uma camisa de viscose... VISCOSE! É minhas queridas, aquilo que a um tempo atrás era motivo de gozação em programa humorístico de gosto duvidoso, está in... e se você não tem um... você está out! bem me lembro da infinidade de camisas de viscose que tive lá nos idos dos anos 90, das saias cintura alta e justíssimas, dos scarpins, das roupas de cores neon que eu tive... e não é que tudo isso voltou?
Ao ter que me deparar com a maioria das minhas vestimentas mofadas, tive que enfrentar cara a cara, peças que trouxeram lembranças, umas tristes, umas felizes, apareceu até aquela peça que comprei um numero menor (porque estava em liquidação e na liquidação nunca tem o seu número) e jurei que iria emagrecer pra usar! Óbvio que não emagreci, depois de muito me torturar, cheguei a conclusão que meu peso é sempre estável e com pequenas variações ao longo dos anos, ou seja, ou eu compro algo do meu tamanho, ou nunca irei usar! Descobri que tenho coisas que eu nem me lembrava mais que tinha, coisas que estavam esquecidas, coisas que eu deveria esquecer mesmo, afinal eu deveria estar numa baita tpm pra comprar aquilo... Sapatos, meu zeus... fiz até uma separação: sapatos de balada/sair, sapatos de festa, sapatos de final de semana, sapatos de inverno, sapatos de férias, sapatos de ficar em casa e sapatos de trabalho... ah e claro, a minha galocha! É minhas amigas a coisa é grave... eu tenho uma galocha... Chego a uma triste constatação: os sapatos de balada, sempre uso os mesmos, que apesar de serem desconfortáveis, conseguem ser suportáveis, sapatos de festa... preferia pular essa sessão, afinal eu nem vou a tantas festas assim, uma sandália e um escarpin preto já bastariam, sapatos de final de semana, bem... ou eu uso as duas rasteirinhas da minha coleção de nove (nine...) que não "comem" meu calcanhar,  ou uso meu indefectível AllStar azul, sapato de férias, são aqueles que eu deveria usar aos finais de semana, se os finais de semana fossem compostos por 15 dias seguidos, mas como nas férias eu uso os sapatos dos finais de semana... Sapato de ficar em casa, leia-se chinelos havaianas... tem uma que eu não uso quase nunca, pois acho ela linda e como não encontrarei mais para comprar, caso a tira arrebente, fica guardadinha dentro do saquinho de tnt, tenho até uma que se o modelo é High, ou seja um chinelo de salto! Ah, e tem também um chinelinho de vovó para os dias de frio... sapato de inverno = botas, ah essas são úteis, mas não precisa ter duas quase que idênticas! Os sapatos de trabalho, são atualmente sapatilhas... que eu gostaria de usar só aos finais de semana, mas como o trabalho exige caminhar muito... Ah, esqueci da categoria das coisas inúteis, que além da galocha, ainda conta com um sapato boneca tricolor que eu acho um luxo só... mas não consigo sair nem da garagem com ele... Uma vez sai com meu Hades e usei o moderninho a que me referi, perguntei se ele tinha gostado, afinal ele sempre gosta dos meus sapatos...o moço é um gentleman, pense num cara gentil e educado, é ele! (dei sorte, fala a verdade... morram de inveja!) Ele olhou e soltou: - é colorido, né? Entortando a boca pro lado... Já o ogro do meu irmão falou: puta sapato feio! Enfim, ele tá lá... Pensando em tudo isso, eu sobreviveria até a desastre nuclear com 1/3 dos meus sapatos...
E isso foram só os sapatos... É, toda mulher é meio Imelda Marcos...
Ainda tem os casacos, vestidos, jaquetas, pijamas, lingerie, bolsas, bijoux...
Fiquei cansada ó pensar...
Ai, tive que me abalar até o Brás,  de metrô, comprar uma arara de loja, lavar e o pior... p a s s a r  tudo!  Quando eu morrer e se  for pro inferno, meu castigo será passar a eternidade passando roupa e ouvindo funk e sertanejo universitário...
Resolvi fazer uma promessa, que irei tornar pública, agora: não comprarei uma peça de roupa até junho - permiti junho, pois vai que eu precise de umas roupas de inverno... e sapato, só em dezembro... Amigas, me ajudem a passar por essa provação!
Eu deveria dar fim em um monte de coisas... Mas já que a moda vai e volta e eu tenho a fama de clássica... não vou dar é nada! Só aquilo que realmente sei que nunca vou voltar a usar, ou que nunca usei. Mofou, mas é meu! No máximo eu troco: quando ganho algo que está entupindo o armário de outra perséfone, eu dou algo também...
Espero que eu seja corajosa e perseverante... e podem apostar, vou andar por aí com coisas que a maioria vai jurar que saiu da loja a pouco... Enquanto junho e dezembro não chegam o melhor é aprender a amar o que tenho e deixar de desejar as coisas que estão nas vitrines...  Posso até fazer uma reciclagem... já separei umas peças que passarão por recauchutagem. E vamos botar as coisas pra dançar, colocar em uso, fazer valer as regras do feng shui, a energia precisa fluir... pedras que rolam não criam limbo e coisa parada... mofa e aí mofodeu! Afinal, o ritmo está no coração e não nas vitrines!
Volto logo!



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