O que passa na minha cabeça

Toda mulher, desde que se entende como gente, vive dilemas. Algumas encaram esse dilema eterno com amargura, tristeza, depressão... Outras, com bom humor. E encarar a vida com bom humor é um santo remédio pra rugas! Aqui vou escrevendo as coisas que vou vendo por aí, conto algumas experiências minhas, experiências de minhas amigas, amigos... Claro, sempre preservando a intimidade, algumas coisas que conto não aconteceram bem assim, mas poderiam ser... Enfim, realidade e ficção... São duas possibilidades e ai tem mais um dilema: A vida imita a arte ou vice versa?
Como escrevo numa paulada só, ou seja, sento , escrevo e publico, as vezes engulo uma letra, repito uma palavra. Acabo não fazendo correção do texto por medo de perder a espontaneidade. Então, perdoem meus pequenos errinhos, podem até me mandar um comentário mostrando. Espero que todos se divirtam aqui.

sábado, 14 de junho de 2014

Bola na trave não altera o placar.


E tem copa! Apesar dos protestos, da bagunça, eu sabia, quando a bola rolasse, as coisas voltariam ao lugar de sempre... Se está certo ou errado, cada um tem sua opinião. Os estádios foram feitos, o dinheiro foi gasto e os turistas estão ai. Agora, eu achei divertido a nossa presidente ouvir umas coisinhas...
Apesar de tudo, futebol é sempre muito legal. Eu acho arte, futebol bem jogado, lá e cá, habilidade e talento. Mas acho muito chato ficar endeusando alguns, só porque jogam em times milionários, só porque aparecem em uma penca de comerciais e os paparazzis os seguem por todos os lados. O Neymar joga muito, é um moleque, joga feito moleque, brinca, é lindo... Mas é um babaca na mídia. O Messi, oh, o Messi, joga muito, mas muito também, mas joga pra quem lhe paga, joga porque senão não recebe o alto salário, ainda não convenceu na seleção argentina, mesmo porque ele nem é mais argentino, mora na Espanha desde os 10 anos!
Algumas partidas são espetaculares. Hoje eu vi uma modesta Costa Rica ganhar de virada da Celeste! Tem coisa mais legal? Na última copa, ficamos todos apaixonados pelo Uruguai, com jogador sendo expulso por botar a mão na bola, por um goleiro defender no último instante e levar a decisão pros penaltis e o penalti com cavadinha do Loko Abreu... Foi empolgante. Mas hoje, a Celeste estava apagada e teve o que mereceu. É sempre assim, a cada copa surge uma queridinha, a minha virou a Costa Rica. Jogaram pra valer!
Apesar do meu sangue, adorei a surra que Espanha levou! Meu pai deve estar bravo, mas... Quem não faz toma! E foi bom.
Mas apesar de achar que o Brasil vai ganhar, afinal é a seleção pentacampeã, a camisa amarela é uma lenda e os brasileiros são mais talentosos, não estou muito empolgada, talvez porque os jogadores são tão estrangeiros quanto o Messi, ou porque viram pop stars demais, ou talvez porque seja em casa, essa copa não me empolga. Está certo que nunca fui uma torcedora muito apaixonada, mas agora, estou mais ué do que nunca.
Na copa de 86, lembro do jogo que o Brasil foi eliminado, foi um chororô total, teve amiga minha que desmaiou, e eu lá olhando tudo com total sensação de normalidade. Sempre tem um vencedor e um perdedor e as vezes, o nosso time é o que perde. Então, se ganhar ou perder, o sol nasce e a vida continua...
Eu gosto mais do meu time, quando ele ganha, é mais legal, talvez porque ele seja mais odiado, criticado e hostilizado. Quando o Corinthians ganha... Ai sim, me dá uma sensação tão boa... Quando perde, fico chateada, mas passa logo. Sempre tem um outro jogo. Como é que virei corinthiana? Acho que foi pelo meu filho, que torce de uma forma tão legal, ou porque sou meio do contra, sei lá.
O meu pai é corinthiano, desde que eu me entendo por gente e eu tinha raiva de futebol, quando pequena, nós tínhamos uma só tv e aos sábados, era dia do meu pai ver o timão jogar e eu não podia assistir minhas séries e programas musicais. Meu pais tem dois filhos homens e nenhum puxou seu amor pelo futebol. Lembro bem do meu pais comprar chuteira pros meninos, matriculá-los na escolinha de futebol, mas chegar em casa e pegar os dois correndo de chuteira no asfalto, brincando de pega pega, ao invés de jogar bola. E assim, meu pai nunca teve um companheiro para ver jogo e torcer, até meu filho mais velho começar a se interessar por futebol.
Detestava futebol, quando adolescente, namorei um jogador júnior, o que era um saco e contribuiu ainda mais para eu detestar.
Quando o meu filho mais velho tinha uns 5 anos, eu o levei para uma festinha de aniversário de um amigo, chegando lá, a casa estava toda decorada de verde e branco e todo mundo com camisa do Palmeiras. Me convidaram para entrar e me perguntaram: - para que time vocês torcem? E eu:- nenhum. E a festinha seguiu. Havia um telão e todos ficaram assistindo um jogo; Palmeiras e Corinthians. Todo mundo gritando e cantando, enquanto as crianças brincavam. De repente, eu vi um jogador pegar a bola e sair com ela lá do meio do campo, e todos correndo atrás. Todo mundo fazendo aqueles sons incompreensíveis e o jogador chutou para outro e a bola balançou a rede.  Não sei sinceramente que me deu. Soltei um GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL do fundo do meu ser. Quando me dei conta, estava um silêncio sepulcral e todos me olhando com cara de ódio. Eu olhei e disse: - não foi gol. E o pai do aniversariante: - foi, mas do outro! Me fuzilando. Ainda bem que sou rápida: - não foi do seu time. E ele : - NÃO! - viu como não entendo nada de futebol? E eles me perdoaram meio desconfiados. As vezes dar uma de tapada é questão de sobrevivência. Bem, gritar gol do Corinthians numa casa apinhada de palmeirenses e ficar com sensação ótima... Assim começou minha vida de torcedora do Todo Poderoso!
Aprendi a gostar de futebol, mas aprendi que futebol tem que ser justo e tem que ser espetáculo. Jogo sujo e feio, violência é horrível, no meu time e em qualquer outro. E não sou de passar a mão na cabeça do meu time, se joga feio eu falo, se é desleal também, mas fico fula quando falam injustiças. Também, fico fula quando nossos jogadores são desleais e o povo aprova, seja time ou seleção.
A copa está ai, espero que o saldo seja positivo, que as melhorias sejam para todos, que sejamos melhores do temos sido, que nas eleições nos lembremos das maracutaias e dos desvio do dinheiro público e que tenhamos muito queridinhos. Que haja muitos jogos lindos de pura arte e que tudo corra bem para todos. A arte é necessária para o povo e o Brasil é o mais talentoso.
Mas como bola na trave não altera o placar, acho bom a gente aprender com os nosso erros, futebolisticos, culturais e de engenharia e passamos a nos preocupar com as coisas importantes de verdade.

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