O que passa na minha cabeça

Toda mulher, desde que se entende como gente, vive dilemas. Algumas encaram esse dilema eterno com amargura, tristeza, depressão... Outras, com bom humor. E encarar a vida com bom humor é um santo remédio pra rugas! Aqui vou escrevendo as coisas que vou vendo por aí, conto algumas experiências minhas, experiências de minhas amigas, amigos... Claro, sempre preservando a intimidade, algumas coisas que conto não aconteceram bem assim, mas poderiam ser... Enfim, realidade e ficção... São duas possibilidades e ai tem mais um dilema: A vida imita a arte ou vice versa?
Como escrevo numa paulada só, ou seja, sento , escrevo e publico, as vezes engulo uma letra, repito uma palavra. Acabo não fazendo correção do texto por medo de perder a espontaneidade. Então, perdoem meus pequenos errinhos, podem até me mandar um comentário mostrando. Espero que todos se divirtam aqui.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

"Obladi Oblada Life goes on bra la la how the life goes on"

Como diz meu grande amigo Paul:  a vida continua, la la como a vida continua...
Sou tão fã, todo mundo sabe, que já me sinto íntima, então posso chamá-lo pelo primeiro nome. Obladi oblada, em iorubá significa: a vida continua e apesar de passar anos detestando essa música, sendo a única dos Beatles que eu nunca gostei, aprendi a admirá-la com um fantástico músico, que me disse que ela é uma delícia de tocar, então, como sou uma pessoa que gosta de conhecer as coisas, fui atrás do significado e descobri que apesar de parecer uma musiquinha bobinha, tem um significado que encaixa exatamente em alguns momentos de nossas vidas.
Assistindo ao jornal matutino, passou uma reportagem falando sobre as pessoas adultas e que moram com os pais e uma pessoa me chamou a atenção; era uma mulher que após a separação, voltou a morar com a mãe e ela disse: quando eu refizer minha vida, porque eu estou tentando refazer a minha vida, e encontrar um novo companheiro,vou sentir falta da minha mãe. Isso me fez lembrar de uma passagem de minha vida: encontrei um casal amigo do tempo em que eu era casada e a mulher me perguntou: você refez sua vida? E eu: sim. E ela: você casou de novo? E eu: não. A mulher só faltou fazer cara feia, me olhou como se eu fosse um ET, se despediu rapidamente e foi embora com cara de incrédula!
Por que será que as pessoas dependem tanto de outras para que as vidas delas caminhe? Não existe vida pós casamento? Como disse a moça da reportagem; só temos vida se tivermos alguém dia a dia em nossas vidas, será? Mesmo em sociedades mais "moderninhas", menos provincianas que as cidades do interior, as pessoas ficam buscando outras que as complete, a sua outra metade e todas essas coisas que enfiam na nossa cabeça desde crianças.
Respondendo a minha amiga, já que não tive tempo: não precisei refazer a minha vida, porque ela não foi desfeita, simples assim! Minha vida em comum com outra pessoa, acabou, mas o amor não! Ele se transformou, tive dois filhos maravilhosos, meus verdadeiros tesouros, o saldo foi positivo. E não é justo dizer que meu casamento não deu certo. Deu e muito; construímos muitas coisas juntos, criamos dois homens fortes, decentes, verdadeiros e honrados, tivemos muitos momentos bons e felizes, muitas risadas, muitas lembranças incríveis, aprendi muito e acho que ensinei também, mas como tudo tem seu prazo de validade, o nosso expirou e apesar das farpas que trocamos as vezes, tudo da boca pra fora, por dentro temos carinho e respeito um pelo outro, não existe ódio.
Claro, que brigas acontecem, porque seres humanos são dotados da capacidade de arrumar briga por causa de nada, pense bem: todas as brigas são por motivos absolutamente inúteis. Quando o Absoluto nos criou, nos deu o livre arbítrio e... a capacidade de arrumar confusão, para ver se temos a habilidade de sair delas e com diz o pai dos meus filhos: o ser humano é uma maquininha de fazer problema, sabiamente!
Tem um livro muito legal: o Livro da Bruxa (Roberto Lopes), que não tem nada dessas baboseiras de pseudo bruxaria  que vemos por aí. É um diálogo entre um médico e sua paciente, uma idosa que vai falando sobre as coisas simples da vida e tem uma passagem que ela fala das verdadeiras bruxas; aquelas mulheres fortes, independentes (as pessoas acham que ser independente é ninguém pagar suas contas, na verdade é não precisar das pessoas), que buscam se conhecer bem e evitar cair em armadilhas criadas por elas mesmas, e que elas são temidas, no geral as pessoas morrem de medo desse poder chamado auto suficiência, e isso não tem nada a ver com arrogância e prepotência. É apenas a capacidade de conviver consigo mesmo, sem depender do outro. Uma pessoa auto suficiente, admira o outro, aprecia o outro, preza a companhia do outro, mas não precisa do outro.
Claro que não espero que todas as pessoas entendam, na idade média as mulheres eram queimadas por serem auto suficientes e hoje a sociedade queima na fogueira das vaidades, ces´t la vie. Já briguei muito, hoje a idade me levou algumas coisas, mas em contrapartida me deu outras, uma delas a paciência e a resiliência, portanto, não me considero uma Bruxa completa, mas estou a caminho...
É muito bom estar com alguém de quem se gosta... mas não sempre, que atire a primeira pedra quem nunca quis que seu namorado, marido, ficante e etc, morresse subitamente...
Acho que casamento é muito legal, em alguns o prazo de validade é mais longo que a vida de quem está nele e as pessoas podem ser felizes... O importante é não achar que a felicidade depende do outro.
E é isso, obladi oblada! Não tenho medo de ficar sozinha, tenho medo de ser esquecida... isso sim seria uma vida desfeita...

PS - o outro lado desse compacto é While my guitar gently weeps!

Nenhum comentário:

Postar um comentário